quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Battisti é Cosa Nostra


Se Battisti fica ou não, para o Brasil não muda nada. Os italianos ainda não entenderam que estão fazendo um risoto desnecessário, insistindo numa bobagem e reiterando um enorme erro de avaliação. Battisti é um assassino que porventura foi ativista político. Aqui, amigos do peito, como Tarso Genro e Marco Aurélio Garcia, o consideram refugiado e não um perigoso foragido.
E daí, pergunto eu e diversos italianos com um mínimo de inteligência?
Battisti aqui no Brasil poupa miles de liras para os cofres italianos. Não terão de processá-lo, alimentá-lo ou aguentar suas lamúrias enquanto estiver vivo. Battisti na Itália custará caríssimo para os "fratelli" e dará pano para manga para a imprensa italiana por anos. Se ele ficar no Brasil, livre e leve, será apenas mais um assassino solto, apenas mais um criminoso livre, somente mais um indivíduo altamente perigoso andando pelas ruas do Bexiga. O que querem, então, os italianos?
A Cesare o que é de Cesare. O Brasil é a terra de Battisti e Cesare Battisti será apenas mais um. Afinal, o dono da Gol não andou mandando matar uns que outros, inclusive o próprio genro (olha ele aí de novo...)? A nova presidente não foi membro de grupo terrorista? Não temos ministros que foram sequestradores de embaixador americano? Ora, vamos deixar de prolegômenos e não nos esqueçamos, antes de julgar os outros, de reconhecer as audaciosas biografias de alguns de nossos grandes líderes.
Se Battisti fosse apenas um Ronald Biggs da vida, aquele inglês que surrupiou uns tostões do trem pagador em seu país, o asilo estava garantido (como Biggs recebeu até que decidiu voltar ao Reino Unido e créu! cadeia). Até porque roubar, no Brasil, já não é mais crime e a regulamentação final foi uma espécie de Carta Magna da Impunidade que a turma do PT nos deixou.
Battisti deve ficar na sociedade com que mais ele se pareça. A brasileira é claro. Por aqui, Cesare poderá passear, receber benefícios como Bolsa "famiglia", fará três refeições por dia, terá direito a crédito consignado e outras benesses bem tropicais. Se decidir roubar, tudo bem. A gente perdoa tanta gente, porque não perdoar Battisti?
Agora, Battisti, só não vale matar. Mas se ele o fizer, ainda assim responderá pelo crime em liberdade (réu primário, certo?) ou terá de cumprir, no máximo mais seis anos de prisão, isto depois de 10 ou 15 anos de processo penal.
Italianos, irmãos queridos, não sejam assim tão portugueses. Pensem bem e esqueçam Battisti. Deixem-no em paz no seio de seus semelhantes. A "cosa" agora é nostra, capiti?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ambição e oposição


Alguns colunistas estão levantando bandeiras políticas que mais se parecem com gritos de alerta: Está faltando oposição no Brasil. Alegam que a falta de oposição remete o país a um futuro perigoso, onde o poder emana apenas do poder em si, o que, somado ao dinheiro, torna uma nação obesa mórbida, inerte e insensível ao coletivo. Eles estão com a razão.
Opor-se a algo, inicialmente, requer que haja um status quo que requeira ser alterado. Torço pelo Internacional e sempre farei oposição ao Grêmio pelo simples fato de que o time tricolor se opõe ao meu e deseja alterar o meu status quo de "Campeão de tudo". Se o Grêmio fosse um timeco de terceira divisão, o meu Colorado não teria o que temer além da obesidade, da enfadonha e recorrente senda de vitórias.
O adversário me mantém alerta e me faz cobiçar a vitória. Assim fez o PT durante muitos anos. Desempenhou uma oposição ferrenha, aguerrida, tendo como pano de fundo um conjunto de anseios da sociedade, vários desejos de mudança e de vitória. E ninguém personificou (e ainda personifica) esta volúpia desenfreada pelo poder como Lula.
Votar em alguém da oposição hoje em dia, pouco significa em termos de ambição social. Votar em Serra, Alckmin ou Aécio, depois de um governo liberalíssimo e ultra capitalista como o do PT, não sugere mudanças palpáveis ou perspectivas mais alvissareiras. A oposição se apresentou mais como algo nostálgico do que necessariamente inovador ou desejável. Enquanto o PT cresceu levantando bandeiras que representavam efetivos valores que a sociedade mais do que ansiava, a oposição veio me falar em mutirões, postos de saúde e moradias de terceira categoria. Porque devo alterar meu voto? Esta foi a pergunta que o povo fez e a oposição não respondeu.
Fazer oposição política é, portanto, perceber valores e capitalizar desejos e ambições sociais. Tirar milhões da miséria, o que sabemos ser uma história muito mal contada, permitir acesso ao crédito (o mais caro do mundo) para comprar carro em 80 meses, massificar créditos consignados, atolando em dívidas aposentados e funcionários públicos foram, dentre outras medidas demagógicas, os grandes trunfos que o PT usou e que não poderá utilizar mais. O que fez a oposição quanto a estes temas? Absolutamente nada. Deitou-se sobre temas recentes, como a corrupção, sem a coragem de oferecer respostas e soluções ao eleitor. Por isto, perdeu e vai tornar a perder.
Fazer oposição é simples. Basta ter um excelente motivo. Tirar Dilma para colocar Aécio? Tá certo. Basta que me ofereçam motivos razoáveis. Vencer Lula na próxima eleição irá requerer um projeto político que faça o eleitor novamente ambicionar mudanças, desejar um novo estado das coisas, cobiçar algo novo e possível. Se não conseguirem personificar estes pontos, é melhor deixar como está.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Conselhão Gaudério de Censura


Roubo virou erro, criminoso virou aloprado, caixa dois virou recurso não contabilizado, favela virou comunidade (ou complexo), Palocci, inocentado, virou ministro de novo e José Dirceu também é puro e inocente como bebê. Lula é um estadista, Ahmadinejad é "companheiro" e a conivência com o tráfico e a milícia virou "UPP". A televisão do Franklin Martins virou TV pública, Dilma é uma democrata e Gilberto Carvalho nada tem a ver com o assassinato de Celso Daniel.
O mensalão nunca existiu, Erenice Guerra não sabia de nada e o marido da "Maria Caveirão" nada tem a ver com petróleo nem com a Petrobrás. Haddad não tem culpa dos repetidos erros do Enem, assim como a saúde pública brasileira está próxima da perfeição, segundo Lula.
Agora mais recentemente, censura virou Conselho de Comunicação Social e perseguição à imprensa é chamada de controle social. Preste atenção quando você ouvir um petista usando a palavra "social". É para tomar algum de alguém, para se apossar do que não lhe pertence, para usar as "forças sociais" contra quem não é "companheiro".
O argumento é que concessão de rádio e TV é prerrogativa do poder executivo para cidadãos brasileiros e que "precisa de fiscalização". Para a turma do grande PT, no entanto, fiscalizar significa criar mais boquinhas para a "companheirada", mais interfaces para a propina e a corrupção. Em qualquer ação, um jogo de palavras fáceis de decifrar. O que eles querem é determinar o que nós devemos ou não ver e ouvir. Nada é mais imundo, covarde e nojento do que isto.
O que os sindicatos apelegados e atopetados de jornalistas incompetentes, desprovidos de qualquer talento profissional – sim, incompetentes, sem talento, TODOS sem exceção – querem é ter poder sem ter de trabalhar, mandar sem precisar liderar, desagregar e não valorizar. Basta que se dê a eles um Conselho de Comunicação Social para vermos que a pré-história é logo ali, duas quadras depois do Governo Olívio Dutra, virando à esquerda na rua que nos leva às trevas de novo.
Será um conselho gaudério de censura que, infelizmente, não terá muito que fazer. Ou alguém ainda não sabe que a mídia gaúcha deu vitória a Tarso Genro, detonando um governo complicado, mas de excelentes resultados como o de Yeda Crusius? Alguém ainda se engana ao imaginar que nossos jornais e canais de rádio e TV não estão completamente à mercê do PT?
Neste caso, despeço-me dos temas políticos nesta data. Irei agora para um período de autoflagelo. Lerei semanalmente os textos do Paulo Tiaraju e me lembrarei daquele personagem do Jô Soares que dizia "eu me odeio". Depois de sofrer pela ausência da pauta política na minha vida, lerei apenas livros de culinária e coisas sobre novelas. Do jeito que a coisa vai, é o que mais terá nas capas de jornais brasileiros muito em breve.

 

domingo, 14 de novembro de 2010

Panamericano, a história se repete.


Tão cheio de falcatruas, o nome do banco deveria ser Bolivariano, homenagem explícita ao descaso e ao iminente desastre que se aplaca quando alguém que não tem competência e responsabilidade decide tocar um negócio. O escândalo do Panamericano ainda nem começou, ainda vai envolver muito mais a Caixa Federal, ainda vai envolver Lula e seus capangas de dentro da instituição. O que aconteceu lá, meus amigos, minhas amigas, é o mesmo que está acontecendo no Brasil inteiro. Não se iludam, portanto. O final será o mesmo, mesmíssimo.
Então o Banco Central do Brasil não sabia da duplicidade de carteiras de crédito quando a Caixa Federal aportou mais de 700 milhões de reais no banco do Silvio Santos? As consultorias Deloitte e Fator, empresas de elevado teor ético e técnico, não viram o rombo, os juros inexplicáveis pagos a aplicações financeiras? O "banqueiro" Silvio e seu cunhado "Palladino" (piada pronta do Zé Simão) nada sabiam sobre um rombo de 2,5 bilhões de reais? E o tal Fundo Garantidor, quem foi o poderoso que disse para emprestarem esta mixaria ao Silvio Santos? Quem foi que obrigou o fundo a emprestar a este montante ao Silvio Santos e sua turma?
O que a maioria dos brasileiros não se apercebeu é que não se trata de um caso isolado. É Erenice com seu marido da Unicel daqui e agora Caveirão e seu esposo "Colin Vaughn" dali. As mulheres no governo do PT repassam "recursos" para seus maridos e depois alegam que as coisas não estão relacionadas, que não houve tráfico de influência ou qualquer outra irregularidade. Este tipo de conchavo que aflora a partir das incompetências e irresponsabilidades governamentais petistas redunda em prejuízo não apenas porque o crime não compensa, mas porque até o crime de desvio ou de corrupção é parte indivisível do processo de gestão petista. São raríssimos os casos onde há petista gerindo algo sem que haja falcatruas orbitando. Eu, particularmente, não conheço nenhum até agora.
Vivemos um momento de inchaço, de falsa plenitude. Os roubos e as falcatruas chegarão um dia às nossas portas. Vamos ter de pagar estas infindáveis contas decorrentes da corrupção e das influências maldosas e que nada temem à lei e suas penas. Ainda teremos que encarar esta "fatura" e ela deverá ser paga com muita dor e muita raiva. Mas terá de ser paga. Será perto do dia em que processarmos novamente a máxima de que a corrupção é inerente à política. Roubar e fazer faz parte. Roubar muito mais do que fazer é coisa de petista na gestão da coisa pública. E isto eu provo com uma simples busca no Google.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Todos por todos


Por Ana Freitas – Estadão 11/11/2010
 Imagina conseguir organizar gente do mundo todo para financiar o seu empreendimento. Centenas de pessoas doando pequenas quantias de dinheiro que, somadas, atingem o valor necessário para colocar sua ideia em prática. Dá pra fazer isso no Kickstarter.com, uma plataforma de crowfunding, uma modalidade de crowdsourcing.
No Kickstarter, os idealizadores do Diaspora, uma espécie de Facebook de código aberto, apresentaram seu projeto e definiram o objetivo: eles precisavam de US$ 10 mil em doações. As 6.479 pessoas que deram dinheiro para os estudantes da Universidade de Nova York foram bem além. Eles arrecadaram mais de US$ 200 mil.
O crowdsourcing – contração dos termos em inglês "crowd", multidão; e "source", fonte – está espalhado por toda internet. Todo site ou serviço online que depende da boa vontade ou da colaboração de muita gente ao mesmo tempo é uma iniciativa que emprega a força da multidão – e são exemplos de crowdsourcing a Wikipedia, o Yahoo! Respostas e os mapas colaborativos do Google.
Nacional. A novidade é que essa tendência está finalmente funcionando por aqui. O melhor exemplo até um ano atrás era a versão em português da Wikipedia, mas isso tem mudado nos últimos meses. Programadores, empresários e grupos independentes começaram a colocar em prática projetos que contam com a multidão conectada como força-motriz.
E, principalmente, porque estas multidões começaram a se engajar e produzir. Além da Wikipedia, surgem por aqui outros casos de sucesso em crowdsourcing. Como o da Fiat, que desenvolveu um carro em Creative Commons usando sugestões de mais de 17 mil pessoas, ou o Queremos Belle & Sebastian no Rio, projeto independente de fãs da banda escocesa que se uniram para financiar, sozinhos, a vinda do grupo para shows no Brasil.
Inspirados em iniciativas que deram certo, startups brasileiras na área estão começando a dar as caras. Conheça mais em http://blogs.estadao.com.br/link/todos-por-todos/

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os cães nordestinos recebem a urina dos postes


A intenção das assembleias legislativas dos estados do Ceará, Bahia, Alagoas e Piauí de implantar conselhos de comunicação com o propósito de monitorar a mídia são a típica manifestação de culpados que ainda não cometeram seus crimes. Até mesmo antes de tomarem posse, com a fiel ajuda dos governadores reeleitos ou não, a turma deseja mais liberdade para regular o único poder que ainda realmente funciona. Ministério Público e Judiciário são entidades que há muito não funcionam nas Capitanias do Nordeste.
Segundo a Folha de SP de hoje, a criação dos conselhos foi recomendação da Conferência Nacional de Comunicação, realizada no ano passado, por convocação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na terça passada, Assembleia Legislativa do Estado do Ceará aprovou a criação de um conselho, vinculado à Casa Civil, com a função de "orientar", "fiscalizar", "monitorar" e "produzir relatórios" sobre a atividade dos meios de comunicação, em suas diversas modalidades.
A coisa perpassa partidos e supostas ideologias, o que torna o tema ainda mais abusado e nonsense. Ainda segundo a Folha, o governo de Alagoas estuda transformar um conselho consultivo - existente desde 2001 e pouco operante- em deliberativo, com poder de decisão semelhante ao aprovado pelo Ceará. A modificação foi proposta pelo conselho atual e será examinada pela Casa Civil e pela Procuradoria-Geral do Estado. O governador é Teotonio Vilela Filho (PSDB). Nas palavras do presidente do conselho, Marcos Guimarães, entre as novas funções estaria o monitoramento da programação da mídia - "Não podemos cruzar os braços. Nem tudo que vai ao ar é agradável à sociedade alagoana", disse o cidadão.
É o samba do afrodescendente mentalmente comprometido, associado à inversão da realidade e do bom senso, perfeitamente simbolizado pelo cão sendo urinado pelo poste, antes mesmo de sequer levantar a pata traseira. Tudo isto prosperará muito com a candidata "poste" – olha que interessante – Dilma Roussef que, segundo indicam suas manifestações, sairá a despejar fúria líquida e incerta em tudo que lhe contrariar. Isto se ela se tornar o primeiro poste presidente da república.
Controle social da mídia não existe. O que há é censura e ela só serve a interesses escusos. O resto é balela de pessoas com as mais variadas intenções, sendo a maioria delas péssima. O poder da democracia reside na liberdade e no direito. O primeiro levante contra ela é sempre tomar para si câmeras e microfones para que se diga apenas o que o poder quer que seja dito. Depois as armas, as prisões e as execuções e desaparecimentos. Começa sempre com a rebelião contra a mídia, sua tomada de assalto ou sua cooptação via abundância do vil metal.
Infelizmente, algumas parcelas da grande mídia já optaram por se autocensurarem. Você e eu sabemos muito bem que grupos são estes. Nos estados, isto também já está ocorrendo. E o que me desconforta é saber que estados com histórias de luta já ofertaram suas armas a preço de banana. Vão ter de se ver, daqui a pouco, com seus leitores, ouvintes e telespectadores. Terão de ajustar as contas com a história.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Erenice, Israel, Vinicius, Vlad, Ibanês, turma dos correios e da Anac, Lanzetta, Amaury, Cardeais: CONHEÇA A NOVA TURMA DO PT, DO PT DA DILMA!


Juro por Deus que, se eu fosse petista, estaria furioso com esta turma do título. O motivo seria óbvio. Nenhum dos novos citados, indiciados ou mencionados é da turma "tradicional" do PT do mensalão. É claro que a gente vai acabar descobrindo que, eventualmente, poderá haver por trás um Dirceuzinho aqui, um Palloccizinho ali, mas essencialmente a turma é mais recente e é ligada não ao Lula, diretamente, mas à candidata DELE à presidência da república.
Se você parar para pensar um segundo mais, verá que não é possível fechar os olhos para esta bandalheira. Sim, porque não resta sequer elegância para atenuações como "erros", "alopramentos" ou coisa já utilizada para cobrir a sujeira com mantos retóricos e misericordiosos. Eles pegam tão pesado quanto a turma do mensalão. Cometem crime e mais crime. Tráfico de influência, quebra de sigilo, formação de quadrilha, é só escolher. Tem crime à vontade na turma do PT da Dilma – imagina este bando dirigindo o Brasil por quatro longos anos.
A única coisa que me conforta é o espanto. Fico a imaginar os semblantes desesperados de Lula, Dirceu e dos marqueteiros. "Caraca, quem foi que disse que a candidata era a única opção que nós tínhamos? Quem inventou esta lambança?". Todos os dias surgem sujeiras novinhas em folha (e não somente na de SP). Todo dia, não. A cada turno surgem novos escândalos, NÃO DO GOVERNO DO PT, MAS DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA CANDIDATA. Será que ninguém vê que se trata de uma ameaça terrível para o país?
Isto sem falar no famigerado cofre protegido pela Justiça Militar. Lá dentro tem a história da candidata do PT. Dentro de um cofre, vejam só. Não era para ser transparente a vida de uma pessoa que se candidate ao posto mais elevado da vida pública e política brasileira? Pois tem mais esta ainda. Corremos o risco de ter uma presidente cheia de problemas que não gostaríamos que nosso presidente tivesse. Que papel importante, patriótico e decisivo este do Tribunal de Justiça Militar. E que maravilha esse nosso STF e as nossas OABs.
Voltando à turma da Dilma. Erenice é um capítulo à parte. Erenice é MÃE de Israel, que deveria estar preso, junto com seu sócio Vinícius (caraca, 200 mil...) e com dirigentes dos Correios. Uma pessoa que é MÃE, caro leitor, não deveria PROTEGER SEUS FILHOS? Esta mãe Erenice, ligada à mãe Dilma, são as mães que o Brasil realmente precisa? Nosso hino diz "...dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil." Onde andam as mães gentis que nossa pátria tanto precisa?
Por fim, dirijo-me aos petistas. Prezados petistas, vocês não acham que está demais? Vocês não concordam que chegamos, todos nós, petistas ou não, a um limite que requer prudência? Cá entre nós, é isto que vocês realmente querem para o país de vocês? Uma turma que já mete a mão nos bolsos da pátria e que não tem como prometer fazer diferente se vencer a eleição?
Pensem bem. Vocês podem tentar com Lula daqui a quatro anos. Mas somente se tiverem a lucidez de admitir que a atual candidatura do PT é um equívoco que pode assumir proporções constrangedoras.

 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O imbatível Políbio Braga


Sou puxa-saco do Políbio. Já largo confessando que é para não precisar ouvir "...tu és um puxa-saco do Políbio!". Leio dez vezes por dia o site. Mas nem é por isto que eu tanto admiro o Políbio Braga. Ele pensa da mesma forma que eu e eu da mesma forma que ele. Ele, no entanto, acha que eu sou de esquerda e, por mais que eu argumente ao contrário, ele não acredita em mim. Nem ele nem o Mateus, seu primeiro neto com menos de um ano. Já parei de tentar convencê-lo. Pensando bem, ele é tão bacana que é um ótimo amigo de alguém como eu, um cara de "esquerda".
O Políbio escreve com maestria e sabe de tudo que acontece. É um mestre na forma e no estilo. É duro, intimorato, turrão e até um tanto agressivo. Assim como eu. Mas quando me pedem um exemplo de cara correto, sensível, amigo, atento com seus parceiros, no topo da curtíssima lista lá está ele, o Políbio. A maioria das pessoas não conhece o Políbio como eu conheço. Não sabem o que estão perdendo. Eu conheço, provavelmente, apenas uma fração da sua pessoa. Estou satisfeito. O restante das suas características ele oferece à sua maravilhosa família, da qual tenho a honra de ser amigo. Compro tudo de informática do Frederico (GetMax), tomo as melhores cervejas na BierMarkt do Pedro e um dos melhores churrascos que já comi foi feito pelo Políbio Filho. A Dona Raquel, sua esposa, leva ele na linha, precisa ver.
Minha homenagem ao Políbio faço diariamente quando leio seus escritos num site gaúcho, sem relação qualquer com grandes portais ou conglomerados de comunicação. O site do Políbio, um dos mais lidos do Brasil, é feito por ele com ajuda incansável do Fred e ponto final. Volta e meia ele se socorre de um parceiro aqui, outro ali. De resto, ele manda bala sem descanso, sete dias por semana. Faz sua própria defesa quando necessário. Tem a coragem de um leão, uma teimosia inigualável e uma energia positiva que chega a dar inveja, até por que ele não é um menino, mas um jovem de mais de sessenta anos.
Agora inventou de "twittar" e o faz como ninguém. Políbio e o Twitter parecem amigos de infância. E os microposts (existe?) dele são deliciosos e instigantes. Entre no twitter e "follow" o Políbio. Depois me conte se não valeu a pena. Importante registrar que, a despeito de seus sessenta e poucos, Políbio é um sujeito 100% digital e navega na plena modernidade da mídia below-the-line. Chego a ousar dizer que o que o Políbio faz é mídia muito "above-the-line". Basta comparar com o restante.
Políbio é o cara. Ele sim é o cara. Já houve quem se aproximasse de mim para falar mal dele. E dessas pessoas me afastei. Se tem um sujeito que eu respeito por sua postura – sempre uma só – é o Políbio Braga. Quer me falar de ética na mídia? Quer me falar de postura editorial independente? Quer conversar a respeito de profissionalismo, garra e espírito investigativo? Então vamos falar a respeito do Políbio Braga primeiro. Se sobrar tempo falamos de outras duas, três pessoas.
Grande Políbio, minha sincera admiração. Se leres estas linhas, não repara. Escrevi de coração e mandei para o Vieira. Como tu achas que eu sou "de esquerda", imaginei que não irias me acreditar...

sábado, 4 de setembro de 2010

CARTA A BEN KINSGLEY


Dear Sir
Krishna Pandit Bhanji
A.K.A. Ben Kingsley
Even though your superb acting in the movie Gandhi and your deserved Academy Award achievement, even though your magnificent career, when you say that "Lula's history is even bigger than Gandhi's", you declare your complete lack of respect and information regarding both biographies.
Your evaluation about Lula's life is almost totally based on a (poor) movie (financed heavily by public money). However, despite the understanding that you possess little information for saying such galactic nonsense, on behalf of the Mahatma Gandhi, you couldn't be more wrong. Your comparison is an offense not only to the citizens of India, but to the citizens of Brazil as a whole. I can be even clearer.
In Brazil, people that know the Gandhi saga would never set the comparison with Lula's. It would be an outrage and nothing less. In Brazil, people that DO NOT KNOW the history and what Gandhi represents, IF THEY KNEW, they would repel such comparison too. As you can see, you are the only person in the world that demonstrates such terrible lack of information and a complete ignorance about the universal facts.
However, you ought to have your personal reasons. The only remarkable role you ever played was Gandhi and, by deduction, it was not as good for you as it should be. Your personal matters, on the other hand, do not authorize you to offend Gandhi comparing his life with our Lula.
Gandhi dedicated his life to the wider purpose of discovering truth, or Satya. He tried to achieve this by learning from his own mistakes and conducting experiments on himself. He called his autobiography The Story of My Experiments with Truth.
And Lula is the opposite of all that. Lula is becoming a master liar and an authoritarian leader that really is in war with democracy and the truth on a daily basis. Lula does not fight against oppression. He is the oppression. Lula does not defend human rights, freedom of speech and ethics. Lula is everyday more like his friends Chávez, Ahmadinejad and Fidel Castro.
Finally, Mr. Kingsley, it is always time to regret and ask for indulgence.
And I beg Shiva have mercy on your soul for such pathetic statement.


Glauco Fonseca

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Quem precisa de censura?


Dia desses, um jornalista catarinense dos bons e amigo melhor ainda me confidenciou, magoado, que estava sofrendo pressões do veículo no qual trabalha por conta de suas posições políticas. Contou-me que, durante muitos anos, exprimira suas convicções livremente, pois que eram muito semelhantes ao pensamento e a opção editorial dos mesmos veículos, dos mesmos patrões. No caminho da constatação de que as coisas mudaram – e como -, um belo dia ele foi chamado a uma conversa com o editor-chefe, que, por sua vez, havia sido provocado pelo diretor comercial que, por coincidência, era filho do patriarca. Ele foi informado que o cliente privado XPTO estaria tirando a verba da publicação caso ele permanecesse com sua linha de posicionamento. Ao ouvir o relato, perguntei a mim mesmo "quem precisa de uma censura governamental se já temos, entre nós, mecanismos horrorosos de opressão e intimidação, públicos e também privados, capazes de submeter inclusive aqueles que, outrora, foram formidáveis e providenciais líderes de opinião?".
Até mesmo o atual governo se deu conta de que não precisa mais se preocupar com essas polêmicas trivialidades. Descobriu que é muito mais fácil ligar para a agência de propaganda, que liga para o dono do jornal, que chama o jornalista e apela para o seu "bom senso". "Fulano, estou com as mãos atadas e precisamos deste patrocínio...se tu continuares dando porrada, vamos perder esta receita e não poderemos mais arcar com teu polpudo salário...".
Depois desta descoberta, tão vil ou ainda pior do que invasões truculentas e armadas às redações, acabou o estresse de ter de aprovar um projeto como o tal Controle Social da Mídia, proposto e retirado do programa de governo de Dilma no TSE. O repórter aquele está incomodando? Avisa o dono da TV que a concessão dele vai ser questionada, que o BNDES vai abrir uma linha exclusiva para redes que não a dele e manda tirar aquela mídia gigantesca do grupo. O repórter logo terá apenas duas opções: calar-se ou demitir-se.
O problema são os ciclos de persistência, cada vez mais frágeis e desprovidos de qualquer convicção que não se renda às eficazes baionetas econômicas. E o que eu chamo de ciclo de persistência de líderes de opinião de outrora, está com os dias contados. O empresário, dono do jornal ou da TV, mudou de opinião quanto ao capitalismo, à livre iniciativa e à soberania do mercado? Provavelmente não. Sua postura empresarial diante de uma perspectiva não só de sobrevivência, mas de crescimento, ao se aliar aos novos mandatários, esta sim, em vários casos, mudou muito. Afinal de contas, ele é um empresário e não um monge e pode, sim, fazer o que quiser com seu patrimônio. Ficará mal nesta história quem costumava trabalhar com o antigo chefe, aquele que sobreviveu e prosperou nos anos de direita e centro e que, agora, não tem como ser clicado na mesma foto com um chefe que também deseja sobreviver e prosperar em tempos de PT e sua "nova ordem".
Eu disse ao meu amigo, com a sinceridade que ele sempre me mereceu, que ou ele mudava de lado ou de profissão. O Brasil não precisa mais de uma censura verde-oliva. O Brasil tem hoje uma censura capitalista, ainda mais implacável, pública e também privada, que, se por um lado não confisca computadores, assim o faz com vozes, textos, imagens.
A história da nova censura brasileira poderá ser bem pior do que a da Venezuela de Chávez e sua Globovisión.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

As mulheres da Pérsia


A mulher é um ser em constante evolução, diferente do homem, que vem demonstrando evidentes sinais de obsolescência e decadência. Em pleno século XXI, ainda há mulheres que usam burcas, que se submetem à poligamia, que apanham quietas e que sofrem no mais completo silêncio. Se as mulheres estão a evoluir, é porque ainda há muito soutien a rasgar, muito agressor doméstico a denunciar, muito voto a corrigir. Já nós, os homens, aproximamo-nos cada vez mais da inteligência dos répteis.
Os sinais da evolução feminina, no entanto, não guardam sincronia com suas reações. Sequer foi localizado o corpo de uma moça chamada Eliza Samúdio, vítima de violência por parte de uma gangue liderada por um goleiro, sendo este último o provável autor e também co-autor de um assassinato e pouco se vê de revolta por parte das mulheres. Agora, a iraniana Sakineh, após receber 99 chibatadas por um suposto adultério, será enterrada até o pescoço e apedrejada em praça pública. Isto acontecerá nos próximos dias, no Irã, por conta de um "crime" que sequer foi comprovado. Lá é assim. Basta que o marido desconfie da mulher para que ela vire alvo de pedradas e que morra com o crânio em pedaços.
Mas as mulheres são assim mesmo. Infelizmente sofrem insanamente silenciosas. Isto quando não são coniventes com seus algozes, o que também não é muito raro de acontecer. Ao contrário do que possa parecer, entretanto, elas evoluem constantemente, como mães, amigas, irmãs e filhas. Não nos deixemos iludir por sua leveza e discrição. Mulheres são fortes como a pedra que lhes jogam na Pérsia. Aos homens, um dia, elas mostrarão realmente que manda.
Enquanto este tempo não chega, a luta continua. As conquistas femininas se sucedem (elas hoje podem até fumar na frente dos homens!) e já temos duas candidatas à presidência da república do Brasil – Dilma e Marina, contra apenas um Zé e um Salgado. São duas mulheres guerreiras, chefes de suas famílias e líderes em constante evolução. Só não abrem a boca para saber que fim levou Eliza Samúdio nem tampouco levantam a voz para defender Sakineh dos aiatolás que lhes esfolam covardemente. A mulher que Lula inventou, pra lá de Teerã, dirá apenas o que Lula quer que ela diga. Nada mais.
Portanto, Sakineh e Samúdio, fica aqui a minha solidariedade. Eu só voto em mulher que se levanta contra os escorpiões persas ou os assassinos covardes. Em mulher que só faz o que lhes mandam fazer, votem as mulheres que ainda não sabem sequer que já podem até mesmo...votar!
Viva as mulheres da Pérsia. Viva Sakineh.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Que legal!


Mandei um comentário para o Blog do Augusto Nunes e recebi um carinho típico de quem é qualificado e talentoso como ele. Ele não apenas me respondeu carinhosamente como me gerou novos leitores, os quais eu chamo aqui, carinhosamente, de amigos. Dois em especial: o Charles A. e o Inaldo Duprat. Meu forte abraço a eles e o meu compromisso de continuar. Por prazer e por incrível que pareça, por obrigação quase patriótica. Vou fazendo minha parte.

sábado, 17 de julho de 2010

Leia. Identifique-se.


Um erro repetido é apenas um erro que não pára de acontecer. Houvesse algum aprendizado, um engano recidivo poderia, quem sabe um dia, deixar de ocorrer. Poderia até mesmo se tornar um acerto futuro, acreditam os poetas, os otimistas e os incautos. Humanos erram, pois é de sua constituição. Insistir no erro é burrice e insistir ainda mais é típico de alguns partidos políticos em tempos de eleição.
Minha tese eclodiu a partir da libertação de alguns presos políticos de Cuba, graças a um bem sucedido esforço espanhol. Lula tem sido criticado porque esteve no reino dos Castro apenas um dia antes da morte de um desses prisioneiros, após mais de dois meses de greve de fome e preferiu criminalizá-los ao invés de reconhecer sua situação, incompreensível nos dias atuais. Pensei, cá comigo, que este tipo de crítica a Lula e ao Itamaraty é coisa típica de ... petistas! Cá estamos fazendo críticas a um presidente que está se lixando para direitos humanos, que visita e faz mesuras a ditadores sanguinários, que está ao lado de quem deseja a bomba atômica para produzir um novo holocausto.
Aqueles que, como eu, não cultuam o lulismo, ficam dando pitacos a respeito do que Lula faz ou deixa de fazer, como se fossem esquerdinhas dos anos 70 ou 80 e acreditam piamente que, se criticarem Dilma por causa de sua dislexia, farão com que ela fracasse eleitoralmente. Estamos nós, do lado oposto, como fazia o pessoal da esquerda de 40 anos atrás, com a certeza de que Serra será presidente por causa de dossiês que foram descortinados, com a garantia de que a revista Veja apresentará na semana que vem uma bomba que fará tremer o planalto, com fé a cristã parcial de que o bem sempre triunfa e que o mal será banido da face da terra.
Achamos que um video de Dilma no Youtube fará com que o PT repense suas estratégias. Pensamos que campanhas no Orkut e estratégias via "grupos sociais" farão a grande diferença nestas eleições. Erros repetidos.
Vamos às verdades.
Lula não está nem aí para Cuba e para os "direitos humanos e liberdades individuais". Lula e Dilma não dão a mínima para o meio ambiente, estão mais afim de nos fazer engolir hidrelétricas, de transpor rios e de se abraçar com Ahmadinejad e Chávez, muito mais do que com a turma de Israel e de Obama. Lula e Dilma estão se lixando para a lei eleitoral. Pior. Estão debochando por sobre o ombro de juízes e ilustres magistrados brasileiros, estes bacanas que deveriam preservar sua fração de poder e o estado democrático e republicano. Nós, os bacaninhas, é que estamos dando atenção para a lei, estamos preocupados com o efeito-estufa, com a aborrecida e restaurada camada de ozônio e estamos preocupadíssimos com os pobrezinhos dos cubanos presos injustamente. Nós somos a direita bacana, versão mais recente do maluco-beleza do petismo primordial. Somos, portanto, os adversários políticos que Lula e Dilma pediram a Deus. Nós é que somos eles...ontem.
Deveríamos nos dar conta de que Cuba é problema de cubanos – e se merecem (assim pensa Lula!), que Dilma foi assaltante de banco, terrorista e ladra de cofre, que o PT irá tentar amordaçar a liberdade de imprensa (já é até oficial e ficamos apenas trocando e-mails a respeito do assunto), que o Partido de José Dirceu já passou da fase de ter medo e agora está prestes a proporcioná-lo com suas idéias ditatoriais e anti-democráticas. Lula, Dilma e o PT não poderiam ser mais politicamente incorretos. Estão deitando e rolando e, desse jeito, vão ganhar a eleição.
Nós somos os novos bichos-grilos, ligados na paz universal (coisa que Lula promove exatamente o contrário). Somos os new-ripongas, alienados cibernéticos politicamente corretos, limpinhos e engomados que cometerão mais um erro.
Dentro em breve estaremos nas ruas gritando "diretas já".

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O CONTROLE SOCIAL DE DILMA


Dilma Roussef e o PT, juntamente com o Forum de São Paulo, Chávez, Morales, Kirschners, Ahmadinejads e outros tantos "democratas" desejam implantar um tal de "controle social" da mídia no Brasil. Já tentaram, não conseguiram e tentarão de novo, se nós deixarmos (a Câmara e o Senado topam, se o negócio for bom). Para os petistas, controle social significa o governo controlando setores. A mídia, para este grupo, é um setor que precisa urgentemente de "controle social".
Primeiro, vamos ao nosso amansa-burro digital, o bom e jovem Google. Coloque lá "o que é controle social" e verá várias definições. A mais comum é a seguinte:
O Controle Social é a participação da sociedade civil nos processos de planejamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações da gestão pública e na execução das políticas e programas públicos. Trata-se de uma ação conjunta entre Estado e sociedade em que o eixo central é o compartilhamento de responsabilidades com vistas a aumentar o nível da eficácia e efetividade das políticas e programas públicos.
Veja lá, caro leitor, o que REALMENTE significa controle social. Trata-se de um controle POR PARTE DA SOCIEDADE e não de governos. Trata-se da SOCIEDADE CONTROLANDO GOVERNOS, GESTÕES PÚBLICAS e não de governos controlando gestões privadas.
Assim, meu caro leitor, sempre que você ler que Dilma e o PT desejam o tal "controle social da mídia", entendam que desejam, na verdade, amordaçar, calar, ameaçar, subjugar, cabrestar, intimidar e fazer com que se divulguem apenas notícias de interesse "da sociedade". Que sociedade é esta? A deles! A sociedade deles já produziu mensalão, dólares em cueca, aloprados e outros tantos "descontroles".
Na verdade, precisamos controlar socialmente este governo Lula e o PT. O TSE não tem pulso firme para isto e só o que fazem é soltar multinhas por propaganda eleitoral antecipada. O STF está loteado por petistas e o judiciário, como sempre, aderna e faz parecer que não é com ele. O poder legislativo é um fiasco, um balcão de negócios tão limpo quanto um aterro sanitário dos grandes. O que fazer, então?
Votar em qualquer um, menos em alguém que propõe controlar os outros sem controlar a si próprio. Mas vote em alguém de quem se poderá cobrar as promessas depois. A turma do PT já provou que para pagar é ruim. Mas pra receber...

Médio, mediano, medíocre




Ainda bem que não tivemos de engoli-lo. Já pensou ter de engolir Dunga, depois de tanto futebol médio, jogadores medianos e final medíocre? O que poderia ter ocorrido de pior, por mais que paradoxal, seria a seleção brasileira ter vencido a Copa do Mundo. Não venceu. É claro que todos queríamos que ela vencesse, mas não se pode confundir as coisas. O que resulta desta aventura anã, protagonizada pelo rabugento técnico da seleção, é um conjunto de lições e de aprendizados que não devem se aplicar somente ao futebol e sim a todo um contexto nacional.

Primeiro aprendizado: Tudo em excesso é ruim. Disciplina em excesso, poder em excesso, mau humor e falta de educação em excesso. Alegria demais também é prejudicial, assim como a falta total de organização. O que fica para aprender é, portanto, que o equilíbrio nem sempre é resultado de "gestão" e sim de bom senso, de prudência, de aceitação da imperfeição e da melhoria do que favorece a busca pelo que há de melhor. Dunga foi um disciplinador excessivo, um turrão briguento e mal-criado e, diante deste perfil autoritário e desaforado, ainda bem que perdeu (já pensou se este comportamento vira modelo perto de eleição?).

Segundo aprendizado: Não se deve abrir mão de talentos verdadeiros, mesmo que sejam "menos obedientes". O "processo de gestão" de Dunga foi o de nivelar pelo médio (autoavaliação?) e não pelo topo. Jogadores obedientes que erraram passes, gols, cavaram cartões amarelos e expulsões deram a tônica de uma maneira de gerenciar que tinha mais a ver com uma fábrica de segunda categoria e menos com um time de futebol em Copa do Mundo. Talento é talento, senhor Dunga. Se o senhor não gosta muito de trabalhar com gente muuuito melhor do que o senhor, então saia de lado porque NADA segura o talento. Ditadores, egocêntricos e obnubilados, a estes sim lhes prejudica o talento alheio.

Terceiro aprendizado: Verdade não é uma só e jamais possuirá dono. E a verdade é que o time do Brasil na Copa era mediano. Melhorá-lo seria uma função direta e simples do entendimento de que poderia ter sido melhorado mais a singela constatação de que – sim – isto seria perfeitamente possível. Havia alternativas clamadas pela população curtidora de futebol e também apontadas por cronistas esportivos de todo o país. Os autocratas, no entanto, colocam-se acima da verdade, condenando opiniões contrárias, principalmente da tal "mídia", esta instituição nefasta que sempre acaba assombrando os néscios e obtusos.

Não ganhamos a Copa. Que pena.

Não tivemos de engolir Dunga. Ainda bem!

Eu realmente acho que o Brasil, afinal de contas, acabou ganhando esta partida.

sábado, 19 de junho de 2010

Telefunken Generation


Televisão é imagem. Quer outra? Beleza é fundamental. Mais? A velhice é uma merda. Chega? Chega. Em resumo, tem horas em que as pessoas que fazem televisão deveriam tomar para si a responsabilidade de mandar algumas celebridades mais cedo para casa, de modo a não tomarem a friagem. Isto no RS é algo que dificilmente acontece. Existem alguns bons motivos.
Há mulheres bonitas que apresentam programas de TV no Rio Grande do Sul. E há chefes de programação que apoderam-se platonicamente de suas apresentadoras. É uma espécie de Síndrome de Hebe Camargo. Em todos os canais, pessoas que eu já manjava quanto assistia ao Portovisão continuam no ar. A tia do Capitão Asa ainda apresenta programa de TV por aqui. Isto é incrível! Se fosse no rádio, tudo bem. No jornal, idem. Agora, na televisão?
No nosso não menos velho e querido rincão, há outro problema. Tem vezes que a apresentadora é filha de alguém, esposa de alguém, isto quando não filha de Mateus e mulher de César ao mesmo tempo. Isto garante que, para fins de segurança política, a provecta moçoila fique no ar enquanto desejar, não importando se está 30 quilos mais gorda ou parecendo mais velha do que a Ritinha da TV Gaúcha.
Taí a Globo apresentando novos apresentadores e comentaristas, inovando pra valer, coisa que só o talento autoriza. O Thiago Leifert é um senhor apresentador e animador, assim como o outro carinha que comenta futebol com bastante propriedade, com maturidade intelectual evidenciada por uma calvície precoce que lhe permite cabelo apenas da metade da cabeça para trás (ou então a testa é que é imensa). Na Globo, a mulherada está na faixa dos 25 aos 35 anos, apesar de ter lá uma Ana Maria Braga que parece que tem o dobro da soma dos extremos da faixa média. Mas isto é por pouco tempo. Quando a Globo tiver pronta uma nova Xuxa, irá substituir a Angélica, que virou maquininha de fazer filho e anda tendo muita licença. Bonner e sua Senhôura já estão indo para o beleléu daqui a pouco. A Fátima irá para casa antes. Mulher mostra o tempo mais cedo, sabe como é.
A Bandeirantes também tem horas que parece uma casa de repouso eletrônica. O tal Canal Livre mais parece um Senil Livre e lá tem um sujeito que quando fala parece que engoliu um apito. Já o Sérgio Chapelin sempre nos faz manifestar surpresa quando aparece nas chamadas ou apresentando seu secular Globo Repórter: "Nossa, olha o Chapelin...ainda está vivo...".
É, minha gente. A TV não envelhece só nas marcas dos aparelhos. Tem gente no ar desde o tempo das Predictas, das Admiral Solar Color e das Colorado RQ, pensa não. O pessoal que fazia ponta nos filmes do Vigilante Carlos e o Lobo ainda está por aí, lépido e faceiro. Dizem até que alguns deles ainda pensam em "voltar". Cruzes.
Há muito tempo atrás, ouvi na Rádio Guaíba um comentário maldoso do Flávio Alcaraz. Ele disse "A RBS, dando continuidade ao seu Projeto Caras Novas, acaba de contratar Tânia Carvalho e Tatata Pimentel para a TV COM". O Flávio, por sinal, cobriu pela Guaíba a guerra de Secessão nos EUA, a dos Farrapos e a Guerra dos Mundos, de H. G Wells.
Agora, vamos combinar que beleza igual às das minhas "semper idems" Magda Beatriz e Vera Armando não é fácil de substituir. Espero, nem que seja apenas por um fetiche meu confesso, continuar a vê-las pelos próximos 50 anos, quando então elas estarão completando seus 75.
Meu programa de TV favorito? Pampa Show, com as Pampa Cats. Elas são deliciosamente debochadas e desinibidas, além de bonitas. A imagem do canal bem que podia dar uma melhoradinha. Quem sabe um dia... (vai a BG, entra com de vento empurrando um "tumbleweed" (aquelas bolas de palha do deserto que passam rolando numa paisagem desolada e sem esperança).

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dilma, pânico na TV


Quem diria. O maior partido do país não tem uma candidata que consiga sequer elaborar um raciocínio simples sem gaguejar, patinar ou tastaviar diante das câmeras. Quem poderia prever que um partido como o PT, cheio de intelectuais, pensadores, artistas e expoentes políticos teria de entregar o continuum de seu poder a uma candidata que demonstra despreparo, esbanja despreparo e insiste no despreparo para enfrentar uma campanha política que vai comer seu fígado no café da manhã e sua autoestima no jantar.
Sabe aqueles filmes em que o sujeito aparece numa festa com a roupa rasgada? Aquela sensação de constrangimento que faz com que a gente troque de canal por pura vergonha da situação vexatória de uma personagem? Já sentiu pena de uma pessoa que está pagando o maior mico sem saber que está, tipo aquele seu amigo a quem deram um cigarro que explodirá na cara dele em alguns minutinhos? Pois foi a sensação que tive vendo a candidata do PT à presidência da república em mais de uma ocasião na tevê.
Tem gente preocupada com o nível da campanha, com as acusações, os dossiês, os escândalos, por aí vai. Este, felizmente, não será o tom. Tendo Dilma à frente, tudo deve acontecer, menos debate de candidatos ao vivo pelos canais de televisão. Programas obrigatórios gravados, tudo bem. Manifestações lidas, certo. Contudo, debates ao vivo, em rede nacional para todo o país, como diria o comercial do MasterCard, não terão preço. Nem será preciso relembrar o mensalão, os aloprados, a Norma Bengell. Bastará fazer uma simples pergunta e esperar pela resposta. Será pânico na TV em todos os canais, no primeiro e no segundo turno. Se o PT vir com dossiês e acusações bem a seu tipo, bastará uma entrevista da candidata para que o noticiário se encha de pauta e de constrangimento, de vacilações e de incompletudes. Tentando ser popular ao comer letras, plurais e infinitivos, Dilma engole raras idéias, conceitos e conteúdos. Será um deleite.
Entretanto, não admito que me acusem de preconceituoso. Não me importa se alguém não sabe ler ou escrever, nem tampouco acredito que um sujeito como Lula seja menos inteligente do que um Fernando Henrique. Cada um na sua, com seus defeitos e virtudes. Tenho preconceito é para com a mentira, a desfaçatez, a artificialidade de alguém tentanto ser quem não é. Tenho preconceito também, por outro lado, com pessoas que se finjem de idiotas, se finjem de imbecis, tentando me convencer de que o errado é o certo e de que um erro justifica e valida outro.
Arrematando e tentando ser sério: Não me agrada uma adversária que esteja despreparada. É como ver um Mike Tyson em suas últimas e lamentáveis lutas, na companhia solene e permanente da derrota. Se a candidata Dilma não puder ser o produto eleitoral, que seja Vana, que seja Estela, Patrícia ou Wanda. Qualquer um de seus avatares correrá melhor os páreos duros que terá pela frente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O livro do Walmor


Li o livro do Walmor Bergesh, Os Televisionários. Gostei tanto que nem sei por onde começar a comentar. Acho que, primeiro, vou mencionar que o Walmor sempre foi um cara talentoso sob os mais variados aspectos. Não. Isto todo mundo sempre soube. Mas dá para começar dizendo que a história da televisão faz parte da história do Walmor. Ou será o contrário? Bem, de um jeito ou de outro, a televisão brasileira já tem mais de 50 anos de história, gente! Cinquenta anos! O Walmor deve ter começado por lá, então, com 6 ou 7 anos no máximo.
O livro é maravilhoso. Um relato despretencioso de cinco décadas de envolvimento com a televisão e seus grandes personagens, sejam eles técnicos, empresários, administradores, atores ou atrizes. Todos artistas, portanto, protagonistas de uma era em que se misturavam paradoxos como a ditadura e o afloramento da criatividade de pessoas que estão entre nós até hoje – e permanecem criativas! Uma época em que os desafios eram muito mais complicados, a tecnologia engatinhava e os talentos estavam apenas em amadurecimento. Que época! E quem diria que um cara como o Walmor, que sempre se preocupou em escrever o futuro, nos presenteasse com um requintado relato do passado.
Os Televisionários será um daqueles livros que os alunos dos cursos de comunicação serão obrigados a comprar, estudar e prestar provas. Perguntas do tipo "quem foi Sérgio Reis" cairão em provas de múltipla escolha e acertará quem mencionar o inovador homem de programação das TVs gaúchas e não o cantor sertanejo. Mais do que um verdadeiro testemunhal, o livro do Walmor Bergesh é uma delícia de se ler por conta dos personagens conhecidos, uns mais, outros menos, mas que fizeram parte do nosso cotidiano, nossa juventude dos anos 60 e 70, principalmente. Os mais jovens devem lê-lo para ter uma idéia de como se faz história de verdade, com H maiúsculo. E terão muitas idéias.
Compre, leia, doe, mas jamais empreste o seu livro. Pode até mostrar para seus amigos. Eles irão babar de inveja por sobre aquele papel majestoso, aquelas fotos brilhantes mescladas com textos com corpo de bom tamanho, bom espaçamento entre linhas e sem problemas de reflexo. Vênia aos livreiros, o livro é coisa de quem faz televisão.
Meus parabéns a quem incentivou o Walmor a botar para fora tanta coisa bacana. Afinal, ele bem que poderia estar fazendo qualquer outra coisa, passenando, lendo, assistindo televisão. Optou, contudo, por nos contar histórias. Meus parabéns, por fim, ao autor. Espero logo vê-lo ao lado do Jô Soares, contando algumas – poucas e boas – histórias do livro. E reitero meu agradecimento a ele pela soberba leitura (ainda que tenha ficado com inveja do Claro Gilberto), por ele ter compartilhado conosco esta saga formidável. Para aqueles que diziam que o Walmor era um cara acima de coisas e sentimentos mundanos, eis a grande e sensacional surpresa.
Ave Bergesh, o "switch master" dos televisionários.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

300 Milhas de Cuba




Depois das 500 milhas de Indianápolis, a "carrera" da vez são 300 milhas de La Habana. Lula vai mandar 300 milhões de dólares do meu bolso para Cuba. Fudel Castro poderia, pelo menos, mandar o valor de volta em Cohibas. Os meus podem ser robustos, obrigado.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Solidariedade: a maior vítima da corrupção




Nós, os brasileiros, somos também vítimas da tragédia do Haiti. A simples percepção de um engajamento tímido de nossa parte diante dos terríveis problemas do pequeno e miserável país da América Central é um fenômeno forte, um considerável abalo sísmico em nossa condição de brasileiros outrora solidários com nossos irmãos latino-americanos. Alguns podem discordar do que digo aqui. Estes, no entanto, deveriam dar uma pesquisada no imenso apoio dado pelos Estados Unidos, México, Canadá e por diversos países europeus.

Independentemente das somas em dinheiro ou das toneladas de comida ou de medicamentos, percebe-se claramente que o Haiti não nos tocou como poderia ter tocado. Os americanos fizeram programas de TV que arrecadaram milhões, realizaram shows emergenciais e colocaram toda sua força mobilizadora no ar, 24 horas por dia, movimentando toda a sociedade, suas celebridades, formadores de opinião e lideranças políticas. Ainda assim, foram criticados pelo excesso, por terem "tomado conta" do país destruído e seus 200 mil mortos. Nós, os nativos da pátria mãe gentil, pouco fizemos enquanto cidadãos. Discorde à vontade. Mas não se esqueça, no entanto, de ligar AGORA mesmo a CNN, a MSNBC ou a Fox para ver se eles não permanecem em campanha para ajudar o Haiti enquanto você lê estas linhas.

O que será que nos mantém anestesiados diante da catástrofe que acometeu os irmãos haitianos? Distância? Não. A distância de Honduras é menor e lá fomos abrigar um estabanado embrião de ditador em nossa própria representação diplomática. Não. A distância geográfica não nos impediu de interferir nos problemas hondurenhos, junto com a Venezuela de Hugo Chávez. A distância tampouco nos livrou de um fiasco internacional sem precedente. O que teria sido então? O idioma? Acredito que não. Por mais que os haitianos falem francês, nossas forças de paz (heróis brasileiros de verdade, como há muito não víamos) estão lá há um bom tempo, tendo conquistado os corações e mentes do povo com sua boa vontade e muito trabalho. Não foram a distância nem o idioma que falharam em nos sensibilizar.

Minha percepção é de que a corrupção sistêmica, generalizada e abundante que assola o nosso país está a enrijecer nossa alma, esfriar nossos corações e, o que é ainda pior, está tornando-nos indiferentes ao que acontece tanto no Haiti quanto em Angra dos Reis ou em Agudo. As mortes em São Paulo são relatadas nos jornais como "culpa do Serra". As mortes no Rio de Janeiro foram tragédias naturais, frutos dos desmandos da mãe natureza... Em ambos os casos, a busca precípua pelos culpados e pelos porquês das tragédias são mais importantes, editorialmente falando, do que auxiliar ou prestar solidariedade às vítimas.

A corrupção generalizada, o roubo de merenda escolar, a falta de segurança, dinheiro em cuecas e meias, mensalão do PT, dos mineiros e do DEM do Distrito Federal, os escândalos e mais escândalos que nos são presenteados todos os dias por nobres senadores, deputados, juízes e autoridades engrossam nossa sensibilidade, tiram o apuro de nosso afeto e destroem nossa solidariedade.

Nós somos um grande Haiti. Nossos abalos sísmicos são mais silenciosos. O epicentro é geralmente o planalto central e o número de vítimas incalculável. Os pontos na escala Richter dos nossos abalos morais e éticos são altos.

Quanto tempo ainda temos antes que nossa vergonha desabe sobre nós?

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pois é... a Rádio Guaíba




Meu amigo Leudo Costa é apenas um dos milhões de gaúchos saudosos que gostam de preservar tradições. Não há nada de errado nisto. Quem não faz menção de suas lembranças e querenças, não merece sequer tê-las tido. No entanto, eu sou mais da linha dos "bem-aventurados os inovadores, pois deles é o reino dos céus, da terra e o espectro radiofônico". Já não era sem tempo que a "Avó do Rio Grande", finalmente, acaba encarando o desafio de ser a Voz do Rio Grande.

A Rádio Guaíba fez o que simplesmente fazem as organizações que precisam sobreviver: Renovou-se. Ao atentar para a afluência de uma classe social que agora tem mais poder de fogo (a classe C), a Record aproxima-se de mil, mesmo que tenha de se afastar de 10. Esta escolha deve ter sido difícil para os atuais gestores. Cheguei a pensar se a estratégia mais adequada não teria sido simplesmente mudar o nome da rádio para facilitar as alterações. Tivesse sido desta forma lá na aquisição, hoje os magotes de magoados estariam com suas lágrimas enxugadas e tocando em frente suas vidas, devidamente turbinadas por celulares 3G, televisores com telas de LED e high-definition, seus carros Flex tetra-fuel e smartcards até para comprar picolé nas belíssimas praias do litoral catarinense.

No Rio Grande do Sul, tradição é algo que parece ter dono. Pode observar. Há cada vez menos músicos, menos personalidades, menos festivais, menos roncos de bugio, tertúlias, chamuscas e picholeios. Quem está no ar são sempre os mesmos. Parece até que são tudo da mesma família. Aqui no RS, portanto, há uma espécie de paradoxo da tradição. Quem alega cultuá-la, não vai a shows de artistas gaúchos, ficando em casa lamentando as inestimáveis perdas de nossos valores. Aqui no nosso rincão, quem inova e mexe com algum ícone, é logo apedrejado sem perdão. Somos o estado das coxilhas cortadas por cabines-duplas turbo diesel, mas queremos que os outros façam o mesmo trecho no lombo do ginete.

Pois a velha Guaíba está mudando e eu acho ótimo. Rádio AM é do povo, como o céu é do avião. O FM também é cada vez mais popular, não adianta chorar. Eu também me lembro do Programa 2001, de segundas a sextas, às 18 horas, mas como sou um herege dos tempos e um carrasco das tradições caquéticas, prefiro os canais Discovery e o "Mundo de Beackman". Lembro também do vício de origem criado pela Guaíba, que passou décadas sem aceitar jingles, spots ou vinhetas. Que espécie de emissora é esta que não aceita o que há de melhor em termos de criação puclicitária para o rádio? Para piorar, a Guaíba criou um padrão funesto, equivocado, que persiste até hoje, quase que apenas aqui no RS: locutor lendo comercial ao vivo. Lembro do Mazzeron dizendo, com aquele vozeirão, "venha para Pepsi, Pepsi tem o sabor de vencer". Que coisa esdrúxula. Era tão ruim este "padrão Guaíba" que programas como o Conversas Cruzadas, da TV COM, que é bonito, moderno e esteticamente inovador, mantém lá o pobre do –formidável – Lasier Martins fazendo merchandising ao vivo de funerária. Padrão? Pois sim...

Leudo, vou parando por aqui. Desculpe o desabafo. Não é que eu goste ou desgoste da Rádio Guaíba. É que me entusiasmo menos com a tradição e mais com a inovação, coisa que lá na Caldas Junior, era algo que não acontecia desde 1884. Balança!

Ofícios Natalinos


Meu primeiro expediente de Natal vai direto para as páginas de Coletiva.net por um motivo muito particular e que, de certa forma, me traumatizou há dois anos atrás. É claro que todos se lembram da campanha da Bauducco com o menino pedindo silêncio a seu pai para poder ouvir os papais-noéis cantando. Os bonequinhos eram brindes dentro das caixas de panetone. Meu filho de seis anos pediu-me que comprasse o produto – e que todos lá em casa detestam – apenas por causa do bonequinho. Quando abrimos a embalagem, o filho querido, do alto de sua encantada inocência, perguntou:
- Pai, este está estragado. Não está cantando...
É claro que liguei e escrevi para a Bauducco reclamando do que era, flagrantemente, uma propaganda nojenta e enganosa. Depois observar o sofrimento do meu filhote pelo silêncio do tal brinquedo e pela insistência para que eu comprasse outro panetone, decidi levar adiante meus direitos de consumidor e cidadão. Desejando que a Bauducco seja muito feliz (ou que se exploda, tanto faz), fiz os contatos indicados no site e apelei para quem? Para o tal de CONAR (agora eles vão ver...). Sabe o que aconteceu, após correspondência protocoladinha e tudo? Absolutamente NADA.
Portanto, depois de ter achado fio de nylon no meio de um pão da Nutrella e após ter meu troco sempre a menos nos supermercados Nacional (as caixas, quando eu reclamo, dizem "vai fazer falta ao senhor dois centavos?"), decidi que não vou reclamar mais para as empresas. Em 2010, vou criar um blog apenas para registrar estas ocorrências, comigo e com todas as pessoas do universo. O blog será chamado "pesadelodasSACs.com.br".
Antes, porém, faço um pedido de "restituição" e uma solicitação singela. No domingo, fui ao cinema com a família. Optamos pelas maravilhosas salas do Barra Shopping Sul. Chegamos ao shopping (que considero o melhor do RS, viu?) e houve pelo menos 10 quedas de energia. As tais quedas inviabilizaram negócios para vários lojistas e o cinema me devolveu o dinheiro dos ingressos, alegando que não tinha como prestar serviço com aquela instabilidade. Decidimos ir para casa. Fomos validar o ticket de estacionamento e minha mulher se deu conta de que era injusto pagarmos estacionamento, uma vez que o cinema estava inoperante por causa dos mini-apagões. Pagamos, entretanto, pois o único ar condicionado que estava funcionando era o da cabine da moça do estacionamento.
Daí que, ao invés de reclamar para o marketing do Barra (que os lojistas a-do-ram), opto por solicitar a devolução dos meus R$ 3,50, assim como para pedir que o meu shopping preferido adquira um gerador Stemac (propaganda, viu?) para evitar que a gente tenha que perder tempo escrevendo estas linhas ou indo ao cinema que, mesmo possuindo as melhores salas de Porto Alegre, não vão funcionar sem luz.
Vou deixar uma idéia, para não dizerem que "criticar é fácil, difícil é fazer". Sugiro que as empresas substituam suas áreas de ouvidoria por setores de "fazedoria". As atividades seriam ampliadas. Ao invés de apenas ouvir sem fazer absolutamente nada, as organizações FARIAM alguma coisa para atender, se não todas as inconformidades de hordas bárbaras de consumidores, pelo menos os pedidos mais flagrantes e incontroversos de forma imediata. Teria a sigla SACCAL – Setor de Atendimento a Clientes Comprovadamente Abusados e Ludibriados.