sexta-feira, 11 de novembro de 2011

“The song remains the same”


Na luz do Sol da Califórnia, na doce chuva de Calcutá,
na Honolulu estrelada, a canção continua a mesma.

“The song remains the same”, a música, que também dá título a álbum da banda britânica Led Zeppelin, completa 38 anos em 2011. Por mais que a gente viaje, a música continua a mesma. Quanto mais evoluímos - ou simplesmente envelheçamos - a música permanece a mesma. Ainda bem! A música sempre foi global, universal, mesmo nos tempos de Mozart, quando só se podia ouvi-la em salas de concerto ou teatros muito chiques. Em geral, por mais que o tempo passe, Led Zeppelin continua a ser o mesmo, a despeito das costas encurvadas e das rugas de seus integrantes.
                                                                                                                 
A música é cada vez mais a mesma em iPods ou iPads. Só o que muda são os gadgets. Passei por um adolescente no colégio do meu filho que ouvia Rush no seu MP3. Tudo muda menos a música, que permanece a mesma. Menino de 12 anos ouvindo banda de 30, 40 anos. Nada mais cool do que isto. “Épico”, como eles diriam. Observando a galerinha a gente se convence que tudo muda na mesma direção. Do Walkman dos anos 80 aos multiplayers de hoje, continua rodando Metallica, Sepultura, Yes, Black Sabbath. Enquanto o menino ouve as músicas, lê os “posts” no Twitter ou acessa seu Facebook. Nada é mais antigo e “out” do que o Orkut, que é mais recente do que o neto mais novo do Jimmy Page. O Napster é um fóssil pré-histórico. O Led Zeppelin jamais será. O menino com os fones enormes nos ouvidos nem sabe o que foi o tal do Napster. Mas conhece e respeita Robert Plant.

A tecnologia que se acopla a nós, nossas roupas e estilos de vida é cada vez mais íntima e menos invasiva. Os usuários se adequam aos hábitos que acompanham as instruções de uso de seus novos gizmos. Eu acredito nessa rapaziada e descubro que é cada vez mais raro o som de celulares no cinema. Cada vez há mais celulares e mais pessoas educadas também. A educação é como um fone de ouvido. É um acessório que vem junto. Quando vejo uma garota com fones de ouvido, vejo alguém conectado com algo bom. Muito melhor ouvir a Katy Perry ou a Lilly Allen do que um chato qualquer ao vivo e a cores. Garotas são menos “clássicas” do que os meninos. Continua sendo muito mais difícil entender as meninas do que os meninos. E até nisto a música permanece a mesma.

Os cinemas cada vez mais lotados não parecem perder espaço para os tablets. Um vídeo curto ou um episódio de Gossip Girl até vá lá. Quando quiser encontrar um “noob”, vá ao cinema. Ele vai estar lá em alguma horda bárbara, trocando SMS com seu parceiro do lado. As livrarias também parecem ser um bom negócio. Também vendem Blurays, DVDs e CDs. Mas o gordo do faturamento é livro mesmo. “Diário de um Banana” já está na quinta edição e as seções de literatura teen são as mais visitadas por teenagers, claro. Mas não só por eles. The book remains the same. People remain the same. E gente não quer só comida. Comida é pasto. Viva o Titãs.

A visão tranquila que eu tenho não é compartilhada por muitos. Tecnologia pra mim é uma casa no campo, onde eu possa compor muitos rocks rurais. Uns acreditam que, daqui pra frente, tudo vai ser diferente, você tem que aprender a ser gente. Pois é assim mesmo. Pegue a esteira e o chapéu e toque pra praia que o sol já vem. Leve seu iPhone ou seu Android com você e seja feliz. Se quiser responder ou mandar e-mails, fique à vontade. Os fones de ouvido não cresceram apenas para melhorar o som. Aumentaram também para afastar os chatos, que também, infelizmente, permanecem os mesmos e vivem como nossos pais.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tédio Boy Marino

Sai Novais. "Novais tarde?". Entra um sujeito chamado Gastão. Sai um ligado a Sarney, entra outro ligado a Sarney. E Gastão será encarregado de economizar, decerto. Dizem que é a Presidente que nomeia e destitui ministros. Balela. Quem nomeia, manda e desmanda, ainda é Lula e o PMDB. O resto é bobagem. A Polícia Federal fez seu trabalho, deu uma limpada boa no ministério do turismo, mas não chegou com sua vassoura até quem suja e mantém sujo o Brasil. É como a faxineira aqui de casa, que finge que limpa. Eu, fazer o que, finjo que pago bem. Estou louco para dar um pé na minha faxineira.

O rombo no ministério dos transportes chega a 700 milhões de reais. Isto não é um rombo. É um buraco negro que nem Stephen Hawking seria capaz de entender, quanto menos enunciar. As causas do buraco são óbvias. Fechar o buraco é impossível. É coisa de país rico, onde dinheiro abunda e as mazelas são todas enfiadas em nossa paciência eterna.

José Dirceu faz lobby em hotel a metros do Palácio do Planalto. Isto é crime de tráfico de influência escancarado. O presidente da Petrobrás visita o amigo Dirceu e não dá a mínima pelota para a mídia. O que aconteceu depois da matéria da Veja? Nada, é claro. E nada vai acontecer. Aliás, aconteceu sim. Dirceu foi desagravado pelo partido, por Lula e Dilma. Não há crime sem cúmplices e não há impunes sem ratos gerindo sistemas republicanos. Este é o retrato. Chorar de raiva é válido. O ódio, diferentemente do amor, é preciso.

Aqui nos pagos, Tarso governa depois de prometer sabendo que não iria cumprir. Bem feito para o Rio Grande. Não vale dizer que não sabia que Tarso não iria cumprir as promessas de dar aumento a professores e brigadianos. Todo mundo sabia que não ia dar pra cumprir. E votaram assim mesmo, agora "güentem". Tarso é também o governador chique, mestre da retórica, mas não da ação. Até agora, nada e mais nada. Quer dizer, tem o DAER, a Operação Cartola, o Natal Luz e outras ações de "faxina", sempre bem vindas. No DAER, o chefe da comissão de investigação, que nada encontrou, virou presidente. Este até agora o resultado: alguém conseguiu uma bela promoção.

Coisa mais chata está ficando esse negócio de ser contra a corrupção. Eu sou contra a corrupção, mas já estou ficando quase a favor. O lado de lá é bem mais divertido, a bebida é melhor, as mulheres mais bonitas, a paisagem é linda. Aqui, contas pra pagar, rotina impoluta, mas filha da mãe. Corrupção, que antes era crime, agora já é tema com gente contra e a favor. Jisuis! Tomara que eu deixe de ser maragato e decente. E Colorado.

Enquanto isto não acontece, vou vendo o noticiário e acho que está certo pegar no pé de vereador passeador. Isto tem que acabar no Brasil. Já pensou se todos os vereadores do país decidem ir a Foz do Iguaçu passear? Quebra o país! E eu preciso justificar minha existência justa de qualquer jeito. Um repórter famoso me xingou de "insignificante". Ele está certo. Depois disto, também vou tratar de arrumar um vereadorzinho pra bater e chamar de meu.

Nossas façanhas, que é bom, ó...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O blefe surrado do controle da mídia

É batata: Sempre que José Dirceu é flagrado em algo ilícito, lá vem o PT com o papo surrado de regulação da mídia. O partido encontrou uma forma de dar satisfação e sossegar o gerentão das falcatruas, lançando periodicamente o factoide de controle social da mídia ou qualquer coisa que o valha. O PT, no entanto, sofistica-se em suas ameaças. Mais recentemente, questiona com veemência o que ela chama de oligopólio da mídia eletrônica de massa. Quem tem rádio não pode ter TV e quem tem rádio e Jornal que sossegue o pito. E muito mais, sem um mínimo de consistência e sempre discutido a partir de algo muito sujo, escancarado e protagonizado por próceres do partido, ou, quem sabe, antes que algo muito pior seja divulgado...

O blefe agora é o seguinte: Como a Revista Veja não é uma concessão, nada pode ser feito contra ela no estado democrático de direito, a não ser o que hoje é considerado crime contra a propriedade privada. Contra do Estadão, quase a mesma coisa, com a diferença que ela possui uma rádio Eldorado que, se for desligada, nada ou quase nada acontecerá. A Folha de São Paulo, assim como a revista Istoé, também são veículos individuais e independem de concessões públicas. Aí está o caroço de abacate que não passa pela goela do Partido dos Trabalhadores.

Contra veículos não concessionários de licenças de radiodifusão, pouco ou quase nada se pode fazer sem que se queime TODA a Constituição na fogueira escura de uma ditadura. Agora, contra os concedidos, muita coisa se pode fazer, começando por ameaças, o que vem ocorrendo desde janeiro de 2003. O blefe, portanto, agora tende a se sofisticar ainda mais. Continua sendo uma ameaça infame, asquerosa, um desatino de um grupo de pessoas que está caindo pelas beiradas por sua total incompetência e desonestidade. E para piorar, nem oposição o PT possui. Diante desta aberração política nacional, nem ela pode ser culpada pelas cédulas em cuecas.

A estratégia, desta vez, é aumentar o tom da ameaça aos grupos multimídia baseados em redes de rádio e TV, concedidos, portanto. Ao sugerir a uma Rede Globo que seu império poderá ser desmembrado "para bem do povo brasileiro", que um Grupo Record, que comprou a maioria de suas operações ao invés de recebe-las de graça, irá operar apenas esta ou aquela mídia, dois tipos de reação podem ocorrer: alguns grupos poderão se insurgir contra a ideia, engrossando as fileiras das mídias que hoje divulgam os deslizes políticos e outros poderão "negociar" o tema, entendendo aqui tudo que se pressupõe pelo verbo negociar devidamente centrado entre aspas.

Em suma, o PT sabe que pode levar o tema adiante na Câmara e sabe que no Senado também, ainda que com mais dificuldade. Nós já sabemos que tudo isto tem como objetivo pressionar a mídia para aceitar a absolvição de Dirceu, a anistia de Dirceu e a volta triunfal de Dirceu, para executar o projeto de poder do PT que, sem Dirceu, não decolará. Tudo isto é pano de fundo para o PT redimir seu grande líder, chamado pelo Procurador-Geral da República como chefe de uma organização criminosa conhecidíssima por todos como Mensalão.


 

sábado, 27 de agosto de 2011

Jornalismo “de resultados”

Cena um: sujeito gradua-se em engenharia civil e decide construir uma ponte. Só que, ao invés de fazê-la de acordo com as normas e parâmetros que deveria seguir, decide construí-la de acordo com suas "convicções". A ponte até pode resistir, mas a lógica é o desastre anunciado. Cena dois: Médico se forma e se especializa em oncologia. Seus clientes, com raras exceções, irão sucumbir ao câncer, mas ele decide "eliminar o sofrimento" de seus clientes terminais e encerra suas vidas quando lhe dá na venta. Cena três: Juiz determina uma pena que não consta em nenhum código do país, baseando sua sentença apenas em fatores subjetivos e de acordo com a moral e os costumes.

De imediato, quatro fatores comuns permeiam os exemplos acima: ilegalidade, ética ausente ou distorcida, presunção de impunidade e, por fim, onipotência. Quanto mais exigidos os diplomas e as graduações, maiores as chances do sujeito se investir de forças que não possui, de direitos que não goza, de benefícios que não lhe cabem e de honras que não lhe são devidas.

Agora voltemos a falar de jornalismo, profissão tão importante e que, por incrível que pareça, até hoje se autoquestiona quanto à necessidade de diploma universitário. Não é a primeira vez que menciono que existe o jornalismo correto e o jornalismo que poderia compor uma "cena quatro" deste texto. O jornalismo feito pela Revista Veja no Hotel Naoum neste final de semana possui tudo que não deveria possuir uma reportagem de teor tão importante: Nome falso, mentira, falsidade ideológica, covardia e etc. A matéria, sobre as ligações de José Dirceu com tudo e com todos, poderia ter sido mais bem conduzida, melhor escrita e seus protagonistas até poderiam ser premiados, não tivessem adotado métodos criminosos, ilícitos e antiéticos. É o mesmo que dizer "eu roubo porque todo mundo rouba".

Este tipo de jornalismo por aqui no RS é muito conhecido. E incensado, o que é mais preocupante. Eu não lembro, no filme ou no livro de Bob Woodward e Carl Bernstein, de eles terem adotado práticas ilegais para denunciar o presidente Nixon. Eu li, isto sim, como fez Hitler para criar e fortalecer seu Reich, como fez Goebbels para cooptar milhões de "corações e mentes", tudo em cima de factoides, mentiras e ilegalidades. E aquilo foi chamado de "marketing" ou de "propaganda". Nós sabemos que marketing e propaganda que usam a mentira se dão muito mal. O mesmo se dá quando o jornalismo investigativo é apenas um "suposto" jornalismo investigativo.

Há algumas pessoas que dizem: "Não me interessa o método do fulano, o importante é botar bandido e ladrão na cadeia". Esquecem-se que os tais bandidos e ladrões NÃO VÃO para a cadeia por conta da própria ilegalidade presente no bojo, na gênese da formação da prova. Eu desafio qualquer um a provar que eu estou equivocado. Outros alegam que "... esses caras têm mesmo é que serem desmascarados pela mídia". Novamente erram. Eles têm de ser investigados pelas forças policiais, processados pelo império da lei e encarcerados pela força do Estado.

Não nos esqueçamos, contudo, de que estamos no Brasil de Lula, de Sarney e de Calheiros, de Palocci  e de José Dirceu e seus quarentões. Mas se é no Brasil onde os italianos Cacciola e Battisti andam pelas ruas como se fossem gente de bem, é neste mesmo país que precisamos cada vez mais de médicos de primeira, de engenheiros e advogados corretos e de jornalistas que não se deixem sucumbir pela por uma metodologia vagabunda que tanto precisa ser coibida em nosso plantel político nacional.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vestígios de uma manhã qualquer

Acordei na sexta-feira ouvindo no rádio jornalistas indignados com atos de vandalismo praticados em algumas lixeiras novinhas espalhadas pelas ruas pela prefeitura de Porto Alegre. Ao ouvir o velho e surrado tom "indignado", típico de jornalistas cansados e sem assunto, lembrei-me de uma passagem singela de minha vida de marqueteiro de telefonia. Num determinado momento, inquieto com o prevalecimento das pessoas contra os inocentes orelhões, logo imaginei uma campanha daquelas bem emocionais, pra ganhar prêmio. No roteiro, um cara que teria seu cachorro morto sofria porque o orelhão defronte sua casa estava depredado e o veterinário não podia ser acionado. Depois de tudo, viria a mensagem "Cuide de seu telefone público, você ainda pode precisar dele". Os gerentes da área de telefonia pública pularam e me pediram pra esquecer o assunto, mostrando números incríveis que provavam que quanto mais se falasse em vandalismo, mais os pobres dos orelhões sofriam. Calei minha boca na hora. Pensei, por fim, "era bom alguém pedir pra os ilustres jornalistas arranjarem outro assunto, senão pode aumentar o vandalismo".

Troquei de estação e lá estava o velho viamonense (ou não tão velho), contando o caso da empresa de lombadas de Vera Cruz e seus alegados enormes prejuízos, atuais e futuros, com a tal operação do DAER. Meu palpite desde o início era de que a tal força-tarefa não daria em nada e fiquei a imaginar os esforços editoriais imensos que foram empregados para escancarar a medonhagem. Concluí que se cometem injustiças também com os que chafurdam atrás de justiça. Nosso estado anda meio estranho ultimamente. Coisas se misturando, funções se confundindo. Até já escrevi a respeito. Polícia é polícia, juiz é juiz, jornalista é jornalista. Se uma destas parcelas se achar maior do que a outra, se empresas de comunicação se consideram instituições republicanas (só que privadas), vamos repetir as injustiças, regulamentar a impunidade e ter de criar o "Bolsa Mico" com cartão magnético e tudo. Ainda sobre o DAER, meu pitaco é deixar assim mesmo. Vamos agora deixar o seu Eliseu ganhar algumas licitações, coitado, que ele para de se queixar da vida. Com isto, a CPI desaparece e voltamos ao lema "é melhor DAER do que receber".

Procurei em tudo quanto é jornal e nada sobre a Operação Cartola. Só o último guardião Políbio Braga repercute – e com razão. De resto, sumiu como que por encanto. Foram buscar lã e saíram tosquiados. Se o próprio Cartola soubesse que seu nome seria usado para a coisa, certamente pularia no cangote do autor da tal "operação". De novo, resultado mesmo só o nome de oito prefeitos na mais pura e fétida merda. Reeleição? Só se Cucuia virar município. Agora, se a ideia era passar pavor para a prefeitada, a "operação" foi um formidável sucesso. O resumo, no entanto, como diria um amigo de nome Wladimir Lenine Lattuada, é "muito mais ovo do que aplauso".

Minha manhã terminou com a informação de que no aguardadíssimo depoimento, Paulo Feijó teria negado veementemente, diante do juiz, tudo que a Luciana Genro dissera em entrevista coletiva no passado recente. Em resumo, ele disse que nada era verdade, que a filha do governador havia mentido. Desliguei o rádio. Fico constrangido com a mentira. Não deve ser nada fácil lidar com essas coisas em casa.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pororoca (Ou, como política e publicidade podem criar um coquetel fatal)

Publicidade não é a arte de dizer a verdade. Não tem esta obrigação. Esta incumbência, a priori, deveria ser da imprensa. A publicidade ainda pode chamar cigarro de "raro prazer". A imprensa, esta sim, noticia eventuais safras recordes de fumo, ou a implantação de uma fábrica que gerará centenas de novos empregos, assim como os efeitos nocivos do fumo no organismo. Deveria ser desta forma, pelo menos. Este é o principal motivo pelo qual, tradicionalmente, as redações não estão na mesma sala onde operam os executivos de venda de mídia. A publicidade pode ser séria, sim. Todavia, nem sempre o é. Nem a imprensa é sempre assim tão séria e responsável. Deveria ser.

Em um veículo de comunicação, o ideal seria haver uma nítida separação entre o que é editorial e o que é publicidade. Nem sempre é o que acontece. Personalidades tidas como de alta credibilidade, do alto de seus quase cinquenta anos de microfone, ainda tratam funerárias como "minha funerária preferida" (tão tétrico quanto falso). Já uma concorrente da tal funerária preferida faz seu marketing declarando-se que "nem parece funerária". Está tudo errado, tanto nas agências, nos estúdios quanto nas funerárias.

Entretanto, a publicidade acabou encontrando um substrato úmido e quentinho nos jardins da incensada política. Nada de novo. Afinal, vender um político ou uma gestão pública é o mesmo que vender uma marca de cigarro, certo? Pode até dar certo prazer, mas pode matar. O que mais se destaca na observação de um repetitivo conjunto de problemas envolvendo a publicidade e os políticos é o lugar-comum que existe entre as duas atividades. E este lugar comum chama-se a "desobrigação de se dizer a verdade". Publicidade não é o discurso da ética, nem da moral e nem dos bons costumes. A política no Brasil também não se preza pela verdade e pelo culto a valores éticos. Política e publicidade são fenômenos separados que, quando se unem, podem gerar enormes enganos. Lembremos Fernando Collor, o caçador de marajás, e do Fome Zero, de Lula. Dois "produtos": um candidato viril e destemido nos foi vendido e não nos entregaram. Já o outro "produto", o Fome Zero, já está morto e enterrado, não sem antes guindar seu antigo gestor à presidência da FAO. Exemplos abundam.

Política e publicidade, juntas, precisam ser muito bem controladas, para que ambas fujam o menos possível da verdade. Marcos Valério inaugurou um sistema evoluído de relação entre política e publicidade que foi um coquetel de nitroglicerina pura. Baseava-se no fato de que, haja o que houver, a impunidade garante a continuidade. Exageraram na dose e o petardo explodiu no colo de robustos petistas.

Este assunto é imenso. Dizer a verdade, somente a verdade, nada mais do que a verdade é por demais complexo. Se ao menos os políticos falassem a verdade, se fossem mais honestos, obrigariam empresas, empreiteiras e agências a serem menos inverídicas. Se houvesse mais honestidade na política, teríamos mais honestidade na publicidade. Se tivéssemos mais ética na gestão pública, teríamos mais ética nas relações com qualquer tipo de fornecedor.

Política e publicidade podem se unir como salitre e enxofre. No pavilhão da impunidade, no entanto, podem ora criar fugazes fogos de artifício, ora verdadeiras bombas de efeito imoral.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Copa franca 2014 Brasil

Copa do mundo, até pouco tempo atrás, não era algo que tinha gente contra ou a favor. Ora bolas, quem é que pode ser contra uma Copa do Mundo, especialmente na casa do Pentacampeão? Pois agora há muitas pessoas que já são contra uma Copa do Mundo no Brasil. Eu ainda estou no time dos indecisos.
Como é que chegamos a algo tão insólito como ser a favor ou contra a realização de uma Copa do Mundo? O que nos leva a polarizar um fenômeno tão importante?
A primeira pergunta encontra várias respostas na premissa equivocada, mentirosa até, de que a iniciativa privada se encarregaria da organicidade do certame. Lá atrás, quando a copa foi “conquistada”, diziam que o dispêndio do dinheiro público seria mínimo, voltado para as obras de infraestrutura, tidas como perenes e, portanto, sucedâneas ao evento. E nós acreditamos e vibramos com a Copa 2014 no Brasil. O governo brasileiro terá de investir, certamente, mais de seis bilhões de dólares nas obras de infraestrutura E na construção e reforma de estádios privados. Este dinheiro, que o país não tem sobrando, sairá de algum lugar e certamente sacrificará outros vitais investimentos em saúde, educação, transporte, você escolhe. A iniciativa privada? Onde?
Não obstante a conta salgada, um perigoso novo paradigma para realização de obras sem controle e sem o protetorado da Lei 8.666 se aproxima. As portas serão escancaradas para que empreiteiras e políticos façam farnéis sem precedentes, talvez, na história do mundo civilizado. Se forem aprovadas medidas emergenciais para obras, não nos iludamos: Elas irão substituir a lei das licitações a cada “emergência” que for anunciada.
Temos, até agora, atrasos descomunais, perspectivas horrendas de dispêndio e leis que serão rasgadas. Depois de quase quatro anos, um tijolo sequer foi assentado, mas, quer saber? Nenhuma surpresa. Ou alguém imagina que Orlando Silva e a horda de aparelhados no Governo Federal teria alguma competência sequer para um mínimo planejamento estratégico?
A partir daí, portanto, entra em campo mais uma perspectiva macabra. E se o Brasil perder a Copa? Já pensou investir perto de 10 bilhões de dólares e ter de aguentar a Argentina campeã?
Confesso que jamais torcerei contra o Brasil. Seremos Hexacampeões, se Deus quiser. Se isto acontecer, a felicidade atenuará as mazelas que o gasto insano proporcionará e a euforia do povo saciará sua sede por mais serviços públicos. Se o Brasil ganhar a Copa, todos ganham. Até mesmo Dilma, até mesmo Lula, até mesmo o PT.
Agora, se o Brasil perder...

sábado, 4 de junho de 2011

Precisa-se urgente de um novo país

O coração está corrompido, podre. Primeiro foi o Ministro-Chefe da Casa Civil José Dirceu, comandante do esquema do Mensalão. Depois veio a Ministra-Chefe da Casa Civil Dilma Roussef, que fez dossiê contra FHC e a Dona Ruth, além de ter solicitado um "pega leve" para as broncas do Sarney (o que gerou a queda da Lina Vieira). Depois veio outra Ministra-Chefe da Casa Civil Erenice Guerra, que fez tanta barbaridade envolvendo até mesmo sua família. Agora, o Ministro Chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, aumenta seu patrimônio em mais de 20 vezes em apenas alguns anos como deputado e "consultor".

O coração do poder está podre. Não é Brasília que está podre. É o Palácio do Planalto.

Marcos Valério era "publicitário". O Mensalão foi financiado por Marcos Valério. Agora o sinônimo de dinheiro aos borbotões é "consultoria". Pobres dos publicitários. Pobres dos consultores. Ninguém comenta que Palocci é médico e político. E foi com a política e a corrupção que ele ganhou dinheiro. Não foi como médico nem como consultor. Foi vendendo favores e informações privilegiadas. E isto não é política nem consultoria. Isto é sem-vergonhice, desfaçatez, peculato com concussão, tudo junto debaixo da bandeira nacional.

Na chamada do Fantástico, a pergunta à mulher do ex-BBB Cowboy: "E a senhora não chorou com a morte do seu marido?". Já para o Palocci, as perguntas foram brandas, tranquilas e educadas. Vamos pedir ao repórter que entrevistou a viúva do Cowboy para fazer as perguntas para o Palocci?

Daqui a pouco, quando acabarem as benesses a banqueiros, quando acabar o crédito, o financiamento em 200 meses para compra de carro, quando terminar a farra, a gente vai se dar conta de que vai precisar ter, de novo, um país. Daqui a pouco.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Eles, Palocci. Nós, pagliaccios


Algumas pessoas me deixam enrubescido quando dizem que eu consegui dizer algo que elas gostariam de ter dito. Isto para mim é um enorme elogio, pois que comprova que o ciclo de comunicação se completou com êxito. Como emissor, cumpro minha missão apenas quando o receptor demonstra a compreensão do que foi emitido. Outros leitores (são poucos, eu confesso, mas os melhores possíveis) costumam me dizer que algo faltou, mas que a ideia foi passada. Há um, apenas um, o lendário Pedro Macedo, que quando gosta de algum escrito meu, me xinga dizendo-se fulo da vida pelo fato dele não ter sido o autor do que acabara de ler. Todos me dão alento e acabam fazendo-me chafurdar no noticiário em busca de compreensão e de conexões que eles gostariam de ler ou escrever.

Vamos a dois casos recentes, que me mostram tanto um dissabor pela absoluta falta de novidade quanto um asco pela impressionante lacuna de caráter dos entes públicos em tudo que é canto. O sistema de governo da turma do PT no RS, por exemplo, será muito diferente dos anteriores, até mesmo do pré-cambriano Olívio Dutra. Tarso Genro quer dinheiro, muito dinheiro. Diz ele que é para sanar a previdência do Estado, melhorar salários, aumentar contratações e movimentar a economia. Como diriam nossos irmãos do norte, tudo "bullshit". Tarso quer dinheiro para tentar fazer o mesmo que Lula, comprando corações e mentes a preço de banana via bolsa família. Tarso quer dinheiro para aumentar a lubrificação da máquina do PT e suas ramificações sindicais e pelegas. Tarso quer mais e mais dinheiro, pois nem ele nem o PT têm a menor ideia de como se governa com recursos limitados. O que o PT de Tarso quer mesmo é tentar reeditar a sanha clientelista de Lula em escala estadual. Não conseguirá.

Outro caso também nos remete ao jovem e irregular PT. Trata-se novamente de Palocci. Querem nos fazer acreditar que Palocci multiplicou por vinte seu patrimônio. Mentira mais do que cabeluda. O mais provável é que Palocci multiplicou seu patrimônio em muito mais do que vinte vezes. Se for vinte ou duzentos, não faz a menor diferença. E tem dois tipos de idiota que estão esperando as tais explicações do futuro ex-ministro (de novo). O primeiro é o que acha que as tais explicações realmente existem e o segundo é aquele que acredita na hipótese de que elas possam convencer.

O que há de comum entre Tarso e sua volúpia arrecadatória e Antonio Palocci e seu toque de Midas, além de serem do PT, é a recidiva tentativa de contrariar a terceira Lei de Newton, imaginando um mundo onde não há reações iguais e contrárias às suas incúrias. Cada um terá seu troco. Tarso terá de correr e inventar um projeto de governo que preste e Palocci terá de ser muito mais criativo do que visitar a família Marinho com sangue de um simples caseiro nas mãos.

Portanto, onde se lê "projetos de lei para aumentar a arrecadação", leia-se falta total de talento e coragem para mexer nos problemas reais do Estado do RS. E onde se lê "Palocci aumentou em 20 vezes seu patrimônio", leia-se que o Brasil de Dilma vai mal, muito mal.

domingo, 15 de maio de 2011

Promiscuidade, regra das esquerdas

Havia uma música nos anos de chumbo que dizia: "Este é um país que vai pra frente, Uô Uô Uô Uô Uô". Juca Chaves, o menestrel maldito da época, teve um show cancelado por que fez uma versão substituindo o "Uô Uô Uô Uô Uô" por ha, ha, ha, ha, ha. A plateia cantava a parte do "ha" e o show foi proibido. Juca estava certo. Este é um país que vai pra frente, rsrsrsrsrs.
Somente nesta semana que passou, um aguardado e necessário novo código florestal, negociado e tido como pronto para votação, foi acusado de ter "pegadinhas" pela ex-ministra Marina Silva, foi derrubado pelo maconheiro e mentiroso Paulo Teixeira, devidamente patrocinado pelo absolutamente inconfiável Cândido PT Vacarezza. Mais ainda, Aldo Rebelo, o comunista mais "cult" da atualidade e pleiteando a alvura e a pureza de Marina Silva, irrita-se em plenário e acusa o marido de Marina de roubo de Mogno. Para finalizar com chave de ouro, os jornais apresentam Antonio Palocci com um patrimônio que cresceu 20 vezes em apenas 4 anos.

Vamos deixar de lado que o ex-presidente Lula (toc, toc, toc) fatura por semana centenas de milhares de reais em palestras, dando a impressão, pelo perfil dos "clientes", de que está finalmente passando a conta e vamos minimizar também o fato de que o atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, escancara sua fúria arrecadatória sem ao menos um projeto que mostre aos gaúchos como é que se governa fazendo mais com menos. Vamos também considerar como menos importante o fato de que uma CPI do Banrisul já deveria ter sido pelo menos sugerida, ainda mais numa Assembleia Legislativa tão "protagonista" como a gaúcha, que jamais foi tão coadjuvante como agora.

As esquerdas acabam se manifestando, pelos exemplos aqui oferecidos, sempre de duas maneiras: ou através de golpes abaixo da linha da cintura, ou através do mais críptico silêncio. Marina Silva desferiu via Twitter um golpe baixíssimo no projeto do Deputado Aldo Rebelo. Este, por sua vez, acusou aos berros o marido da pretensa vestal de ser ladrão de madeira. Já no RS, a operação Mercari é considerada apenas caso de polícia (federal), o que é no mínimo estranho, pois o banco público é uma instituição estadual que merece de todos nós o maior respeito e a máxima transparência. A grande mídia, fazendo a sua parte "esquerdista", omite-se como se um relâmpago tivesse abatido suas torres de transmissão.

Se você ler este texto novamente, vai se dar conta de que, em apenas uma semana, a esquerda brasileira (com a gaúcha agora devidamente alinhada), não se contém em seu comportamento dogmaticamente promíscuo. Ou está envolvido em roubalheiras ou tramoias, ou silencia, pagando muito caro pela mudez do que antes, equivocadamente, chamávamos de quarto poder. E note bem: todos os "protagonistas", termo da hora, deste texto são de esquerda.

Enquanto isto, depois de bilhões e bilhões, Silvio Santos ainda pergunta "quanto vale o show?"...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

"Supostos" e indiciados

Nos anos 70 e 80, apenas porque eu ainda me lembro, o “must” ainda era ser funcionário do Banco do Brasil. Salário dos melhores e garantia não apenas de total estabilidade, gigantescos benefícios e de polpuda aposentadoria. Depois o negócio era ser psicanalista. Grana gorda, consultórios com salas de espera cheias de “lôcos” como dizia o Analista de Bagé. Os tempos mudaram e até recentemente o grande negócio era ser político. Havia os que roubavam, é claro, mas eram poucos e raramente descobertos. O negócio era apenas se eleger e ter como meta a reeleição. Com a chegada do PT e as aulas magnas do mensalão, o grande lance virou ser “suspeito de desvio de recursos públicos”. Começaram a aparecer os primeiros novos-ricos oriundos de torrentes enormes de “supostos” agentes públicos em franco enriquecimento ilícito. Ser juiz caiu em desuso, já ser advogado da turma dos “supostos” virou uma mina de ouro. Lideranças sindicais e congêneres também ascenderam e inspiraram milhares, pois são muito bem remunerados e suas entidades mais ainda.
Hoje em dia, portanto, o bacana é ser “suposto” ou indiciado. Fulaninho está sendo acusado de ser o suposto mandante do esquema XPTO. Já Cicrano foi indiciado por peculato. Difícil dizer qual o mais chique. Muita gente bacana, bem conhecida, inteligente, com carrões importados e passaportes sem espaço nem para carimbo-flechinha de cartório, ou são ”supostos” ou são indiciados. E a moda começa a pegar, pois os benefícios são amplos: garantia de impunidade, certeza de defesa eterna em tribunais, crença absoluta no processo penal como redentor de todos os pecados (fenômeno também conhecido como caducidade ou decurso) e remuneração estratosférica livre de imposto de renda. Qual é a mãe ou o pai que não quer isto para seus filhos?
A dúvida que assola a sociedade brasileira é tanta que no popular adágio “o crime não compensa”, já vai ponto de interrogação ao invés do ponto final. O crime do colarinho branco é algo que não nos interessa mais enquanto notícia ou fato social. O que queremos saber agora é o quanto faturou Fulaninho ao ser considerado um “suposto” e quantas fazendas na fronteira Cicrano comprou até ser indiciado. Dizem até que algumas mães já fazem planos e justificam suas escolhas: -“Eu quero que o Olavinho seja indiciado, que é mais do que “suposto” e sem a encheção de saco, né?”.
Breve tratar-se-á de uma nova carreira universitária, também com suas cotas, a despeito do substrato ser o colarinho branco. O filho de Fulaninho entrará na faculdade e de lá sairá um “suposto”, com direito a toga e canudo. Para isto, é claro, terá de estagiar em alguma estatal e lá ser considerado “suposto” por alguma coisa. A pós-graduação do “suposto” será conquistar seu indiciamento. Para atingir tal meta, “suposto” transitará com apoio de veteranos. Em sua formatura, regada a muito champanha pago por algum empreiteiro, o pequeno gênio iniciará sua senda de realizações rumo ao futuro indiciamento - sonhado por mamãe - e as delícias que ele promete.
O Brasil dá bons exemplos a seus filhos e ao mundo. Por isto que o país é “supostamente” desenvolvido, “supostamente” justo e pelo jeito como tem sido governado nos últimos anos, haverá de se indiciado por estes crimes hediondos contra gerações inteiras.

Discussão errada, de novo

Meu faro sempre me alerta quando alguma história está mal contada. É quase como um sexto sentido, que todos temos em maior ou menor grau. Meu sexto sentido volta e meia faz acender uma luzinha que fricciona as preguiçosas células cinzentas de meu cérebro. Nada demais. Acontece todo dia quando abro as páginas de um jornal qualquer ou quando ligo o rádio na tentativa de escutar alguma coisa que valha a pena.
Há poucos dias, tomou conta dos debates o projeto – já aprovado por 26 a 24 na agora “protagonista” Assembleia Legislativa do RS – que tenta coibir o excesso de estrangeirismos no estado. Uns dizem que se trata de uma medida protetiva, importante e que resguarda a língua portuguesa das invasões bárbaras de neologismos e palavras desnecessariamente adotadas sem que se procure o “similar nacional”. Outros são mais diretos e objetivos: consideram a lei uma idiotice completa. Eu discordo de ambas as opiniões.
A diferença imensa entre as duas posições é, portanto, o que aguçou meu faro. Como é que pode um tema ser, ao mesmo tempo, tão simplório e tão controverso? Como é que 24 deputados votaram a favor de tamanha aberração? A resposta fui procurar fora do tema em si. Não há, de verdade, pessoas a favor de que se mantenha protegido o idioma pátrio. Há, isto sim pessoas que estão sempre atentas a qualquer oportunidade, qualquer possibilidade por menor que seja, para controlar o MEU, o SEU GRAU DE LIBERDADE. Este é o fulcro, o cerne, o “core” do tema. Se existe a possibilidade de exercer pressão e limitar liberdades individuais ou coletivas, lá estarão petistas, comunistas, socialistas e também ditaduras de toda natureza. Esta permanente “intentona” é regra em Cuba e na Líbia, foi utilizada com sucesso por nazistas sanguinários e por comunistas soviéticos.
No Brasil, já tivemos a oportunidade de conhecer as agruras e os constrangimentos impostos pela ditadura de direita. Nela, nem tudo podia ser dito e escrito. E quando dito ou escrito, as penas eram diretas e implacáveis. Em Cuba, há meio século, persiste um regime que pune até mesmo com a morte aqueles que não se submetem aos limites das liberdades individuais, de expressão e de imprensa.  Em ambos os casos, a busca por “similar nacional” aparece, seja para proibir ou dificultar importações, seja para coibir a disseminação de ideias e ideais. É disto que estamos realmente falando ao discutir a lei do anti-estrangeirismo.
Meu faro, no entanto, sossega em seguida. Minha racionalidade e meu bom senso vão saber sempre distinguir um Ghandi de um Ahmadinejad, um Chávez de um Mandela, um Martin Luther King de um Lênin, este último, por sinal, autor da frase “enquanto existir um estado, não pode haver liberdade; quando houver liberdade, não haverá estado”.
É no coração, na mente e na pena de Lênin que acreditam 26 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul?