Li o livro do Walmor Bergesh, Os Televisionários. Gostei tanto que nem sei por onde começar a comentar. Acho que, primeiro, vou mencionar que o Walmor sempre foi um cara talentoso sob os mais variados aspectos. Não. Isto todo mundo sempre soube. Mas dá para começar dizendo que a história da televisão faz parte da história do Walmor. Ou será o contrário? Bem, de um jeito ou de outro, a televisão brasileira já tem mais de 50 anos de história, gente! Cinquenta anos! O Walmor deve ter começado por lá, então, com 6 ou 7 anos no máximo.
O livro é maravilhoso. Um relato despretencioso de cinco décadas de envolvimento com a televisão e seus grandes personagens, sejam eles técnicos, empresários, administradores, atores ou atrizes. Todos artistas, portanto, protagonistas de uma era em que se misturavam paradoxos como a ditadura e o afloramento da criatividade de pessoas que estão entre nós até hoje – e permanecem criativas! Uma época em que os desafios eram muito mais complicados, a tecnologia engatinhava e os talentos estavam apenas em amadurecimento. Que época! E quem diria que um cara como o Walmor, que sempre se preocupou em escrever o futuro, nos presenteasse com um requintado relato do passado.
Os Televisionários será um daqueles livros que os alunos dos cursos de comunicação serão obrigados a comprar, estudar e prestar provas. Perguntas do tipo "quem foi Sérgio Reis" cairão em provas de múltipla escolha e acertará quem mencionar o inovador homem de programação das TVs gaúchas e não o cantor sertanejo. Mais do que um verdadeiro testemunhal, o livro do Walmor Bergesh é uma delícia de se ler por conta dos personagens conhecidos, uns mais, outros menos, mas que fizeram parte do nosso cotidiano, nossa juventude dos anos 60 e 70, principalmente. Os mais jovens devem lê-lo para ter uma idéia de como se faz história de verdade, com H maiúsculo. E terão muitas idéias.
Compre, leia, doe, mas jamais empreste o seu livro. Pode até mostrar para seus amigos. Eles irão babar de inveja por sobre aquele papel majestoso, aquelas fotos brilhantes mescladas com textos com corpo de bom tamanho, bom espaçamento entre linhas e sem problemas de reflexo. Vênia aos livreiros, o livro é coisa de quem faz televisão.
Meus parabéns a quem incentivou o Walmor a botar para fora tanta coisa bacana. Afinal, ele bem que poderia estar fazendo qualquer outra coisa, passenando, lendo, assistindo televisão. Optou, contudo, por nos contar histórias. Meus parabéns, por fim, ao autor. Espero logo vê-lo ao lado do Jô Soares, contando algumas – poucas e boas – histórias do livro. E reitero meu agradecimento a ele pela soberba leitura (ainda que tenha ficado com inveja do Claro Gilberto), por ele ter compartilhado conosco esta saga formidável. Para aqueles que diziam que o Walmor era um cara acima de coisas e sentimentos mundanos, eis a grande e sensacional surpresa.
Ave Bergesh, o "switch master" dos televisionários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário