quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tédio Boy Marino

Sai Novais. "Novais tarde?". Entra um sujeito chamado Gastão. Sai um ligado a Sarney, entra outro ligado a Sarney. E Gastão será encarregado de economizar, decerto. Dizem que é a Presidente que nomeia e destitui ministros. Balela. Quem nomeia, manda e desmanda, ainda é Lula e o PMDB. O resto é bobagem. A Polícia Federal fez seu trabalho, deu uma limpada boa no ministério do turismo, mas não chegou com sua vassoura até quem suja e mantém sujo o Brasil. É como a faxineira aqui de casa, que finge que limpa. Eu, fazer o que, finjo que pago bem. Estou louco para dar um pé na minha faxineira.

O rombo no ministério dos transportes chega a 700 milhões de reais. Isto não é um rombo. É um buraco negro que nem Stephen Hawking seria capaz de entender, quanto menos enunciar. As causas do buraco são óbvias. Fechar o buraco é impossível. É coisa de país rico, onde dinheiro abunda e as mazelas são todas enfiadas em nossa paciência eterna.

José Dirceu faz lobby em hotel a metros do Palácio do Planalto. Isto é crime de tráfico de influência escancarado. O presidente da Petrobrás visita o amigo Dirceu e não dá a mínima pelota para a mídia. O que aconteceu depois da matéria da Veja? Nada, é claro. E nada vai acontecer. Aliás, aconteceu sim. Dirceu foi desagravado pelo partido, por Lula e Dilma. Não há crime sem cúmplices e não há impunes sem ratos gerindo sistemas republicanos. Este é o retrato. Chorar de raiva é válido. O ódio, diferentemente do amor, é preciso.

Aqui nos pagos, Tarso governa depois de prometer sabendo que não iria cumprir. Bem feito para o Rio Grande. Não vale dizer que não sabia que Tarso não iria cumprir as promessas de dar aumento a professores e brigadianos. Todo mundo sabia que não ia dar pra cumprir. E votaram assim mesmo, agora "güentem". Tarso é também o governador chique, mestre da retórica, mas não da ação. Até agora, nada e mais nada. Quer dizer, tem o DAER, a Operação Cartola, o Natal Luz e outras ações de "faxina", sempre bem vindas. No DAER, o chefe da comissão de investigação, que nada encontrou, virou presidente. Este até agora o resultado: alguém conseguiu uma bela promoção.

Coisa mais chata está ficando esse negócio de ser contra a corrupção. Eu sou contra a corrupção, mas já estou ficando quase a favor. O lado de lá é bem mais divertido, a bebida é melhor, as mulheres mais bonitas, a paisagem é linda. Aqui, contas pra pagar, rotina impoluta, mas filha da mãe. Corrupção, que antes era crime, agora já é tema com gente contra e a favor. Jisuis! Tomara que eu deixe de ser maragato e decente. E Colorado.

Enquanto isto não acontece, vou vendo o noticiário e acho que está certo pegar no pé de vereador passeador. Isto tem que acabar no Brasil. Já pensou se todos os vereadores do país decidem ir a Foz do Iguaçu passear? Quebra o país! E eu preciso justificar minha existência justa de qualquer jeito. Um repórter famoso me xingou de "insignificante". Ele está certo. Depois disto, também vou tratar de arrumar um vereadorzinho pra bater e chamar de meu.

Nossas façanhas, que é bom, ó...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O blefe surrado do controle da mídia

É batata: Sempre que José Dirceu é flagrado em algo ilícito, lá vem o PT com o papo surrado de regulação da mídia. O partido encontrou uma forma de dar satisfação e sossegar o gerentão das falcatruas, lançando periodicamente o factoide de controle social da mídia ou qualquer coisa que o valha. O PT, no entanto, sofistica-se em suas ameaças. Mais recentemente, questiona com veemência o que ela chama de oligopólio da mídia eletrônica de massa. Quem tem rádio não pode ter TV e quem tem rádio e Jornal que sossegue o pito. E muito mais, sem um mínimo de consistência e sempre discutido a partir de algo muito sujo, escancarado e protagonizado por próceres do partido, ou, quem sabe, antes que algo muito pior seja divulgado...

O blefe agora é o seguinte: Como a Revista Veja não é uma concessão, nada pode ser feito contra ela no estado democrático de direito, a não ser o que hoje é considerado crime contra a propriedade privada. Contra do Estadão, quase a mesma coisa, com a diferença que ela possui uma rádio Eldorado que, se for desligada, nada ou quase nada acontecerá. A Folha de São Paulo, assim como a revista Istoé, também são veículos individuais e independem de concessões públicas. Aí está o caroço de abacate que não passa pela goela do Partido dos Trabalhadores.

Contra veículos não concessionários de licenças de radiodifusão, pouco ou quase nada se pode fazer sem que se queime TODA a Constituição na fogueira escura de uma ditadura. Agora, contra os concedidos, muita coisa se pode fazer, começando por ameaças, o que vem ocorrendo desde janeiro de 2003. O blefe, portanto, agora tende a se sofisticar ainda mais. Continua sendo uma ameaça infame, asquerosa, um desatino de um grupo de pessoas que está caindo pelas beiradas por sua total incompetência e desonestidade. E para piorar, nem oposição o PT possui. Diante desta aberração política nacional, nem ela pode ser culpada pelas cédulas em cuecas.

A estratégia, desta vez, é aumentar o tom da ameaça aos grupos multimídia baseados em redes de rádio e TV, concedidos, portanto. Ao sugerir a uma Rede Globo que seu império poderá ser desmembrado "para bem do povo brasileiro", que um Grupo Record, que comprou a maioria de suas operações ao invés de recebe-las de graça, irá operar apenas esta ou aquela mídia, dois tipos de reação podem ocorrer: alguns grupos poderão se insurgir contra a ideia, engrossando as fileiras das mídias que hoje divulgam os deslizes políticos e outros poderão "negociar" o tema, entendendo aqui tudo que se pressupõe pelo verbo negociar devidamente centrado entre aspas.

Em suma, o PT sabe que pode levar o tema adiante na Câmara e sabe que no Senado também, ainda que com mais dificuldade. Nós já sabemos que tudo isto tem como objetivo pressionar a mídia para aceitar a absolvição de Dirceu, a anistia de Dirceu e a volta triunfal de Dirceu, para executar o projeto de poder do PT que, sem Dirceu, não decolará. Tudo isto é pano de fundo para o PT redimir seu grande líder, chamado pelo Procurador-Geral da República como chefe de uma organização criminosa conhecidíssima por todos como Mensalão.