sábado, 19 de junho de 2010

Telefunken Generation


Televisão é imagem. Quer outra? Beleza é fundamental. Mais? A velhice é uma merda. Chega? Chega. Em resumo, tem horas em que as pessoas que fazem televisão deveriam tomar para si a responsabilidade de mandar algumas celebridades mais cedo para casa, de modo a não tomarem a friagem. Isto no RS é algo que dificilmente acontece. Existem alguns bons motivos.
Há mulheres bonitas que apresentam programas de TV no Rio Grande do Sul. E há chefes de programação que apoderam-se platonicamente de suas apresentadoras. É uma espécie de Síndrome de Hebe Camargo. Em todos os canais, pessoas que eu já manjava quanto assistia ao Portovisão continuam no ar. A tia do Capitão Asa ainda apresenta programa de TV por aqui. Isto é incrível! Se fosse no rádio, tudo bem. No jornal, idem. Agora, na televisão?
No nosso não menos velho e querido rincão, há outro problema. Tem vezes que a apresentadora é filha de alguém, esposa de alguém, isto quando não filha de Mateus e mulher de César ao mesmo tempo. Isto garante que, para fins de segurança política, a provecta moçoila fique no ar enquanto desejar, não importando se está 30 quilos mais gorda ou parecendo mais velha do que a Ritinha da TV Gaúcha.
Taí a Globo apresentando novos apresentadores e comentaristas, inovando pra valer, coisa que só o talento autoriza. O Thiago Leifert é um senhor apresentador e animador, assim como o outro carinha que comenta futebol com bastante propriedade, com maturidade intelectual evidenciada por uma calvície precoce que lhe permite cabelo apenas da metade da cabeça para trás (ou então a testa é que é imensa). Na Globo, a mulherada está na faixa dos 25 aos 35 anos, apesar de ter lá uma Ana Maria Braga que parece que tem o dobro da soma dos extremos da faixa média. Mas isto é por pouco tempo. Quando a Globo tiver pronta uma nova Xuxa, irá substituir a Angélica, que virou maquininha de fazer filho e anda tendo muita licença. Bonner e sua Senhôura já estão indo para o beleléu daqui a pouco. A Fátima irá para casa antes. Mulher mostra o tempo mais cedo, sabe como é.
A Bandeirantes também tem horas que parece uma casa de repouso eletrônica. O tal Canal Livre mais parece um Senil Livre e lá tem um sujeito que quando fala parece que engoliu um apito. Já o Sérgio Chapelin sempre nos faz manifestar surpresa quando aparece nas chamadas ou apresentando seu secular Globo Repórter: "Nossa, olha o Chapelin...ainda está vivo...".
É, minha gente. A TV não envelhece só nas marcas dos aparelhos. Tem gente no ar desde o tempo das Predictas, das Admiral Solar Color e das Colorado RQ, pensa não. O pessoal que fazia ponta nos filmes do Vigilante Carlos e o Lobo ainda está por aí, lépido e faceiro. Dizem até que alguns deles ainda pensam em "voltar". Cruzes.
Há muito tempo atrás, ouvi na Rádio Guaíba um comentário maldoso do Flávio Alcaraz. Ele disse "A RBS, dando continuidade ao seu Projeto Caras Novas, acaba de contratar Tânia Carvalho e Tatata Pimentel para a TV COM". O Flávio, por sinal, cobriu pela Guaíba a guerra de Secessão nos EUA, a dos Farrapos e a Guerra dos Mundos, de H. G Wells.
Agora, vamos combinar que beleza igual às das minhas "semper idems" Magda Beatriz e Vera Armando não é fácil de substituir. Espero, nem que seja apenas por um fetiche meu confesso, continuar a vê-las pelos próximos 50 anos, quando então elas estarão completando seus 75.
Meu programa de TV favorito? Pampa Show, com as Pampa Cats. Elas são deliciosamente debochadas e desinibidas, além de bonitas. A imagem do canal bem que podia dar uma melhoradinha. Quem sabe um dia... (vai a BG, entra com de vento empurrando um "tumbleweed" (aquelas bolas de palha do deserto que passam rolando numa paisagem desolada e sem esperança).