sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Conselhão Gaudério de Censura


Roubo virou erro, criminoso virou aloprado, caixa dois virou recurso não contabilizado, favela virou comunidade (ou complexo), Palocci, inocentado, virou ministro de novo e José Dirceu também é puro e inocente como bebê. Lula é um estadista, Ahmadinejad é "companheiro" e a conivência com o tráfico e a milícia virou "UPP". A televisão do Franklin Martins virou TV pública, Dilma é uma democrata e Gilberto Carvalho nada tem a ver com o assassinato de Celso Daniel.
O mensalão nunca existiu, Erenice Guerra não sabia de nada e o marido da "Maria Caveirão" nada tem a ver com petróleo nem com a Petrobrás. Haddad não tem culpa dos repetidos erros do Enem, assim como a saúde pública brasileira está próxima da perfeição, segundo Lula.
Agora mais recentemente, censura virou Conselho de Comunicação Social e perseguição à imprensa é chamada de controle social. Preste atenção quando você ouvir um petista usando a palavra "social". É para tomar algum de alguém, para se apossar do que não lhe pertence, para usar as "forças sociais" contra quem não é "companheiro".
O argumento é que concessão de rádio e TV é prerrogativa do poder executivo para cidadãos brasileiros e que "precisa de fiscalização". Para a turma do grande PT, no entanto, fiscalizar significa criar mais boquinhas para a "companheirada", mais interfaces para a propina e a corrupção. Em qualquer ação, um jogo de palavras fáceis de decifrar. O que eles querem é determinar o que nós devemos ou não ver e ouvir. Nada é mais imundo, covarde e nojento do que isto.
O que os sindicatos apelegados e atopetados de jornalistas incompetentes, desprovidos de qualquer talento profissional – sim, incompetentes, sem talento, TODOS sem exceção – querem é ter poder sem ter de trabalhar, mandar sem precisar liderar, desagregar e não valorizar. Basta que se dê a eles um Conselho de Comunicação Social para vermos que a pré-história é logo ali, duas quadras depois do Governo Olívio Dutra, virando à esquerda na rua que nos leva às trevas de novo.
Será um conselho gaudério de censura que, infelizmente, não terá muito que fazer. Ou alguém ainda não sabe que a mídia gaúcha deu vitória a Tarso Genro, detonando um governo complicado, mas de excelentes resultados como o de Yeda Crusius? Alguém ainda se engana ao imaginar que nossos jornais e canais de rádio e TV não estão completamente à mercê do PT?
Neste caso, despeço-me dos temas políticos nesta data. Irei agora para um período de autoflagelo. Lerei semanalmente os textos do Paulo Tiaraju e me lembrarei daquele personagem do Jô Soares que dizia "eu me odeio". Depois de sofrer pela ausência da pauta política na minha vida, lerei apenas livros de culinária e coisas sobre novelas. Do jeito que a coisa vai, é o que mais terá nas capas de jornais brasileiros muito em breve.

 

domingo, 14 de novembro de 2010

Panamericano, a história se repete.


Tão cheio de falcatruas, o nome do banco deveria ser Bolivariano, homenagem explícita ao descaso e ao iminente desastre que se aplaca quando alguém que não tem competência e responsabilidade decide tocar um negócio. O escândalo do Panamericano ainda nem começou, ainda vai envolver muito mais a Caixa Federal, ainda vai envolver Lula e seus capangas de dentro da instituição. O que aconteceu lá, meus amigos, minhas amigas, é o mesmo que está acontecendo no Brasil inteiro. Não se iludam, portanto. O final será o mesmo, mesmíssimo.
Então o Banco Central do Brasil não sabia da duplicidade de carteiras de crédito quando a Caixa Federal aportou mais de 700 milhões de reais no banco do Silvio Santos? As consultorias Deloitte e Fator, empresas de elevado teor ético e técnico, não viram o rombo, os juros inexplicáveis pagos a aplicações financeiras? O "banqueiro" Silvio e seu cunhado "Palladino" (piada pronta do Zé Simão) nada sabiam sobre um rombo de 2,5 bilhões de reais? E o tal Fundo Garantidor, quem foi o poderoso que disse para emprestarem esta mixaria ao Silvio Santos? Quem foi que obrigou o fundo a emprestar a este montante ao Silvio Santos e sua turma?
O que a maioria dos brasileiros não se apercebeu é que não se trata de um caso isolado. É Erenice com seu marido da Unicel daqui e agora Caveirão e seu esposo "Colin Vaughn" dali. As mulheres no governo do PT repassam "recursos" para seus maridos e depois alegam que as coisas não estão relacionadas, que não houve tráfico de influência ou qualquer outra irregularidade. Este tipo de conchavo que aflora a partir das incompetências e irresponsabilidades governamentais petistas redunda em prejuízo não apenas porque o crime não compensa, mas porque até o crime de desvio ou de corrupção é parte indivisível do processo de gestão petista. São raríssimos os casos onde há petista gerindo algo sem que haja falcatruas orbitando. Eu, particularmente, não conheço nenhum até agora.
Vivemos um momento de inchaço, de falsa plenitude. Os roubos e as falcatruas chegarão um dia às nossas portas. Vamos ter de pagar estas infindáveis contas decorrentes da corrupção e das influências maldosas e que nada temem à lei e suas penas. Ainda teremos que encarar esta "fatura" e ela deverá ser paga com muita dor e muita raiva. Mas terá de ser paga. Será perto do dia em que processarmos novamente a máxima de que a corrupção é inerente à política. Roubar e fazer faz parte. Roubar muito mais do que fazer é coisa de petista na gestão da coisa pública. E isto eu provo com uma simples busca no Google.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Todos por todos


Por Ana Freitas – Estadão 11/11/2010
 Imagina conseguir organizar gente do mundo todo para financiar o seu empreendimento. Centenas de pessoas doando pequenas quantias de dinheiro que, somadas, atingem o valor necessário para colocar sua ideia em prática. Dá pra fazer isso no Kickstarter.com, uma plataforma de crowfunding, uma modalidade de crowdsourcing.
No Kickstarter, os idealizadores do Diaspora, uma espécie de Facebook de código aberto, apresentaram seu projeto e definiram o objetivo: eles precisavam de US$ 10 mil em doações. As 6.479 pessoas que deram dinheiro para os estudantes da Universidade de Nova York foram bem além. Eles arrecadaram mais de US$ 200 mil.
O crowdsourcing – contração dos termos em inglês "crowd", multidão; e "source", fonte – está espalhado por toda internet. Todo site ou serviço online que depende da boa vontade ou da colaboração de muita gente ao mesmo tempo é uma iniciativa que emprega a força da multidão – e são exemplos de crowdsourcing a Wikipedia, o Yahoo! Respostas e os mapas colaborativos do Google.
Nacional. A novidade é que essa tendência está finalmente funcionando por aqui. O melhor exemplo até um ano atrás era a versão em português da Wikipedia, mas isso tem mudado nos últimos meses. Programadores, empresários e grupos independentes começaram a colocar em prática projetos que contam com a multidão conectada como força-motriz.
E, principalmente, porque estas multidões começaram a se engajar e produzir. Além da Wikipedia, surgem por aqui outros casos de sucesso em crowdsourcing. Como o da Fiat, que desenvolveu um carro em Creative Commons usando sugestões de mais de 17 mil pessoas, ou o Queremos Belle & Sebastian no Rio, projeto independente de fãs da banda escocesa que se uniram para financiar, sozinhos, a vinda do grupo para shows no Brasil.
Inspirados em iniciativas que deram certo, startups brasileiras na área estão começando a dar as caras. Conheça mais em http://blogs.estadao.com.br/link/todos-por-todos/