Nos anos 70 e 80, apenas porque eu ainda me lembro, o “must” ainda era ser funcionário do Banco do Brasil. Salário dos melhores e garantia não apenas de total estabilidade, gigantescos benefícios e de polpuda aposentadoria. Depois o negócio era ser psicanalista. Grana gorda, consultórios com salas de espera cheias de “lôcos” como dizia o Analista de Bagé. Os tempos mudaram e até recentemente o grande negócio era ser político. Havia os que roubavam, é claro, mas eram poucos e raramente descobertos. O negócio era apenas se eleger e ter como meta a reeleição. Com a chegada do PT e as aulas magnas do mensalão, o grande lance virou ser “suspeito de desvio de recursos públicos”. Começaram a aparecer os primeiros novos-ricos oriundos de torrentes enormes de “supostos” agentes públicos em franco enriquecimento ilícito. Ser juiz caiu em desuso, já ser advogado da turma dos “supostos” virou uma mina de ouro. Lideranças sindicais e congêneres também ascenderam e inspiraram milhares, pois são muito bem remunerados e suas entidades mais ainda.
Hoje em dia, portanto, o bacana é ser “suposto” ou indiciado. Fulaninho está sendo acusado de ser o suposto mandante do esquema XPTO. Já Cicrano foi indiciado por peculato. Difícil dizer qual o mais chique. Muita gente bacana, bem conhecida, inteligente, com carrões importados e passaportes sem espaço nem para carimbo-flechinha de cartório, ou são ”supostos” ou são indiciados. E a moda começa a pegar, pois os benefícios são amplos: garantia de impunidade, certeza de defesa eterna em tribunais, crença absoluta no processo penal como redentor de todos os pecados (fenômeno também conhecido como caducidade ou decurso) e remuneração estratosférica livre de imposto de renda. Qual é a mãe ou o pai que não quer isto para seus filhos?
A dúvida que assola a sociedade brasileira é tanta que no popular adágio “o crime não compensa”, já vai ponto de interrogação ao invés do ponto final. O crime do colarinho branco é algo que não nos interessa mais enquanto notícia ou fato social. O que queremos saber agora é o quanto faturou Fulaninho ao ser considerado um “suposto” e quantas fazendas na fronteira Cicrano comprou até ser indiciado. Dizem até que algumas mães já fazem planos e justificam suas escolhas: -“Eu quero que o Olavinho seja indiciado, que é mais do que “suposto” e sem a encheção de saco, né?”.
Breve tratar-se-á de uma nova carreira universitária, também com suas cotas, a despeito do substrato ser o colarinho branco. O filho de Fulaninho entrará na faculdade e de lá sairá um “suposto”, com direito a toga e canudo. Para isto, é claro, terá de estagiar em alguma estatal e lá ser considerado “suposto” por alguma coisa. A pós-graduação do “suposto” será conquistar seu indiciamento. Para atingir tal meta, “suposto” transitará com apoio de veteranos. Em sua formatura, regada a muito champanha pago por algum empreiteiro, o pequeno gênio iniciará sua senda de realizações rumo ao futuro indiciamento - sonhado por mamãe - e as delícias que ele promete.
O Brasil dá bons exemplos a seus filhos e ao mundo. Por isto que o país é “supostamente” desenvolvido, “supostamente” justo e pelo jeito como tem sido governado nos últimos anos, haverá de se indiciado por estes crimes hediondos contra gerações inteiras.
Hoje em dia, portanto, o bacana é ser “suposto” ou indiciado. Fulaninho está sendo acusado de ser o suposto mandante do esquema XPTO. Já Cicrano foi indiciado por peculato. Difícil dizer qual o mais chique. Muita gente bacana, bem conhecida, inteligente, com carrões importados e passaportes sem espaço nem para carimbo-flechinha de cartório, ou são ”supostos” ou são indiciados. E a moda começa a pegar, pois os benefícios são amplos: garantia de impunidade, certeza de defesa eterna em tribunais, crença absoluta no processo penal como redentor de todos os pecados (fenômeno também conhecido como caducidade ou decurso) e remuneração estratosférica livre de imposto de renda. Qual é a mãe ou o pai que não quer isto para seus filhos?
A dúvida que assola a sociedade brasileira é tanta que no popular adágio “o crime não compensa”, já vai ponto de interrogação ao invés do ponto final. O crime do colarinho branco é algo que não nos interessa mais enquanto notícia ou fato social. O que queremos saber agora é o quanto faturou Fulaninho ao ser considerado um “suposto” e quantas fazendas na fronteira Cicrano comprou até ser indiciado. Dizem até que algumas mães já fazem planos e justificam suas escolhas: -“Eu quero que o Olavinho seja indiciado, que é mais do que “suposto” e sem a encheção de saco, né?”.
Breve tratar-se-á de uma nova carreira universitária, também com suas cotas, a despeito do substrato ser o colarinho branco. O filho de Fulaninho entrará na faculdade e de lá sairá um “suposto”, com direito a toga e canudo. Para isto, é claro, terá de estagiar em alguma estatal e lá ser considerado “suposto” por alguma coisa. A pós-graduação do “suposto” será conquistar seu indiciamento. Para atingir tal meta, “suposto” transitará com apoio de veteranos. Em sua formatura, regada a muito champanha pago por algum empreiteiro, o pequeno gênio iniciará sua senda de realizações rumo ao futuro indiciamento - sonhado por mamãe - e as delícias que ele promete.
O Brasil dá bons exemplos a seus filhos e ao mundo. Por isto que o país é “supostamente” desenvolvido, “supostamente” justo e pelo jeito como tem sido governado nos últimos anos, haverá de se indiciado por estes crimes hediondos contra gerações inteiras.
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