segunda-feira, 2 de agosto de 2010

As mulheres da Pérsia


A mulher é um ser em constante evolução, diferente do homem, que vem demonstrando evidentes sinais de obsolescência e decadência. Em pleno século XXI, ainda há mulheres que usam burcas, que se submetem à poligamia, que apanham quietas e que sofrem no mais completo silêncio. Se as mulheres estão a evoluir, é porque ainda há muito soutien a rasgar, muito agressor doméstico a denunciar, muito voto a corrigir. Já nós, os homens, aproximamo-nos cada vez mais da inteligência dos répteis.
Os sinais da evolução feminina, no entanto, não guardam sincronia com suas reações. Sequer foi localizado o corpo de uma moça chamada Eliza Samúdio, vítima de violência por parte de uma gangue liderada por um goleiro, sendo este último o provável autor e também co-autor de um assassinato e pouco se vê de revolta por parte das mulheres. Agora, a iraniana Sakineh, após receber 99 chibatadas por um suposto adultério, será enterrada até o pescoço e apedrejada em praça pública. Isto acontecerá nos próximos dias, no Irã, por conta de um "crime" que sequer foi comprovado. Lá é assim. Basta que o marido desconfie da mulher para que ela vire alvo de pedradas e que morra com o crânio em pedaços.
Mas as mulheres são assim mesmo. Infelizmente sofrem insanamente silenciosas. Isto quando não são coniventes com seus algozes, o que também não é muito raro de acontecer. Ao contrário do que possa parecer, entretanto, elas evoluem constantemente, como mães, amigas, irmãs e filhas. Não nos deixemos iludir por sua leveza e discrição. Mulheres são fortes como a pedra que lhes jogam na Pérsia. Aos homens, um dia, elas mostrarão realmente que manda.
Enquanto este tempo não chega, a luta continua. As conquistas femininas se sucedem (elas hoje podem até fumar na frente dos homens!) e já temos duas candidatas à presidência da república do Brasil – Dilma e Marina, contra apenas um Zé e um Salgado. São duas mulheres guerreiras, chefes de suas famílias e líderes em constante evolução. Só não abrem a boca para saber que fim levou Eliza Samúdio nem tampouco levantam a voz para defender Sakineh dos aiatolás que lhes esfolam covardemente. A mulher que Lula inventou, pra lá de Teerã, dirá apenas o que Lula quer que ela diga. Nada mais.
Portanto, Sakineh e Samúdio, fica aqui a minha solidariedade. Eu só voto em mulher que se levanta contra os escorpiões persas ou os assassinos covardes. Em mulher que só faz o que lhes mandam fazer, votem as mulheres que ainda não sabem sequer que já podem até mesmo...votar!
Viva as mulheres da Pérsia. Viva Sakineh.

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