segunda-feira, 5 de julho de 2010

Médio, mediano, medíocre




Ainda bem que não tivemos de engoli-lo. Já pensou ter de engolir Dunga, depois de tanto futebol médio, jogadores medianos e final medíocre? O que poderia ter ocorrido de pior, por mais que paradoxal, seria a seleção brasileira ter vencido a Copa do Mundo. Não venceu. É claro que todos queríamos que ela vencesse, mas não se pode confundir as coisas. O que resulta desta aventura anã, protagonizada pelo rabugento técnico da seleção, é um conjunto de lições e de aprendizados que não devem se aplicar somente ao futebol e sim a todo um contexto nacional.

Primeiro aprendizado: Tudo em excesso é ruim. Disciplina em excesso, poder em excesso, mau humor e falta de educação em excesso. Alegria demais também é prejudicial, assim como a falta total de organização. O que fica para aprender é, portanto, que o equilíbrio nem sempre é resultado de "gestão" e sim de bom senso, de prudência, de aceitação da imperfeição e da melhoria do que favorece a busca pelo que há de melhor. Dunga foi um disciplinador excessivo, um turrão briguento e mal-criado e, diante deste perfil autoritário e desaforado, ainda bem que perdeu (já pensou se este comportamento vira modelo perto de eleição?).

Segundo aprendizado: Não se deve abrir mão de talentos verdadeiros, mesmo que sejam "menos obedientes". O "processo de gestão" de Dunga foi o de nivelar pelo médio (autoavaliação?) e não pelo topo. Jogadores obedientes que erraram passes, gols, cavaram cartões amarelos e expulsões deram a tônica de uma maneira de gerenciar que tinha mais a ver com uma fábrica de segunda categoria e menos com um time de futebol em Copa do Mundo. Talento é talento, senhor Dunga. Se o senhor não gosta muito de trabalhar com gente muuuito melhor do que o senhor, então saia de lado porque NADA segura o talento. Ditadores, egocêntricos e obnubilados, a estes sim lhes prejudica o talento alheio.

Terceiro aprendizado: Verdade não é uma só e jamais possuirá dono. E a verdade é que o time do Brasil na Copa era mediano. Melhorá-lo seria uma função direta e simples do entendimento de que poderia ter sido melhorado mais a singela constatação de que – sim – isto seria perfeitamente possível. Havia alternativas clamadas pela população curtidora de futebol e também apontadas por cronistas esportivos de todo o país. Os autocratas, no entanto, colocam-se acima da verdade, condenando opiniões contrárias, principalmente da tal "mídia", esta instituição nefasta que sempre acaba assombrando os néscios e obtusos.

Não ganhamos a Copa. Que pena.

Não tivemos de engolir Dunga. Ainda bem!

Eu realmente acho que o Brasil, afinal de contas, acabou ganhando esta partida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário